Antes fosse um pesadelo vivido tão vividamente que me assustasse de morte ao dele despertar.
Antes fosse uma ficção que lida ou vista se sacudisse da mente e nos permitisse regressar sãos e salvos à normal realidade de há poucos dias atrás.
Antes fosse uma invenção, daquelas fake news que a toda a hora nos assaltam e causam perturbação.
Antes fosse uma brincadeira de mau gosto, um boato lançado apenas com o intuito de acelerar as batidas do coração.
Antes fosse tudo isso e não uma verdade que a cada dia ganha volume, dimensão, arrastando tudo o que se lhe atravessa ao caminho.
ELE tirano que quer, pode e manda abaixo humano atrás de humano, como pequenas peças de um xadrez perdido antes mesmo de ir a jogo.
ELE diminuto, nem visível a olho nu, ser que não dá a cara mas que toquemos nós na nossa e ei-lo feliz pelos danos colossais que daí adiante nos inflige.
ELE gigante nos danos que provoca, nas mortes, na infelicidade, nas vidas de todos e de cada um, indefesos seres perante a sua fúria devastadora, seja aqui seja do outro lado do mundo.
E o mundo? Irá ele sobreviver? Iremos ao menos aprender? Tirar consequências, ler nas entrelinhas a mensagem que desta vez berrou mais alto e nos deixou a todos em sentido. Iremos?
Quantas mais vezes terá de acontecer? Até tudo morrer? Perecer por fim e dar lugar à natureza? Ela que tantas vezes nos lembra que tudo tem um limite, um fim, a cada vez mais iminente.
Que ela não mente. Mas sente. Sente que sem nós tudo é diferente.
É esta a morada de um dos projectos que tem feito muito e bem pela literatura, não só estrangeira como, principalmente, pela nossa, ao publicar textos de autores vários nas sua páginas, enriquecendo desse modo esta versão nacional dessa que é uma das publicações de maior nomeada no panorama literário mundial. Maio aproxima-se e com ele o próximo número, o 7. Cá o aguardamos com expectativas sempre altas.
Após o sucesso da edição de 2015, a Chiado Editora reeditará este ano a iniciativa "Um Livro Num Dia", na comemoração do Dia Mundial do Livro a 23 de Abril, sábado.
Autores reconhecidos, escritores emergentes ou meros sonhadores, podem participar na edição ao vivo de “Um livro num dia”.
Neste dia, a partir das 09h00, a Chiado Editora vai montar um escritório móvel na Praça Luís de Camões, em Lisboa, onde o público pode apresentar os seus textos originais de forma a integrarem esta edição especial. Os contos devem ser entregues em formato digital (PEN), com um limite de 2.000 caracteres, até às 12h00.
Nenhum texto será admitido antes das 9h de dia 23 de Abril. Todas as etapas do processo de Edição de um livro terão lugar a 23 de Abril e à vista de todos.
Todas as fases de construção do livro podem ser acompanhadas in loco, desde a revisão à paginação e design da capa e, às 13h00, o livro segue para a gráfica. Ao final da tarde (18h30), regressa ao mesmo local, onde 1.000 exemplares da obra serão distribuídos gratuitamente ao público.
O livro ficará então disponível para compra em www.chiadoeditora.com e, no dia seguinte, entrará no circuito comercial podendo ser adquirido junto das maiores lojas.
Durante a tarde, o escritório mantém-se aberto, em modo OPEN OFFICE DAY, proporcionando a todos os que passem pelo espaço a oportunidade de conhecer os meandros do trabalho editorial, conversar com os nossos Editores e colocar todas as suas questões, dúvidas, sonhos, projetos, etc.
Edição ao vivo de “Um livro num dia” – Chiado Editora
23 de Abril, Dia Mundial do Livro
Praça Luís de Camões, ao Chiado, Lisboa
09h00-12h00 :: Entrega de textos originais, revisão, paginação e design de capa
13h00 :: Livro dá entrada na Gráfica
14h00-18h00 :: Open Office Day
18h30 :: Lançamento do livro e distribuição gratuita de 1.000 exemplares do livro.
Uma iniciativa que se aplaude, na sua segunda edição. Participem!
O próximo número da edição portuguesa da revista literária Granta, o 6, será dedicada à noite e, para além da qualidade inquestionável dos textos inéditos pedidos pela revista aos autores portugueses, a par dos que foram publicados por escritores estrangeiros na Granta de língua inglesa, aporta ainda a mais-valia gráfica da ilustração, a cargo de Jorge Colombo, autor de várias capas da revista The New Yorker.
Aqui fica uma referência que considero de excepção ao tema em causa, e que, espero, tenha sido alvo da atenção dos editores deste número.