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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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eu perdido e a criança

por migalhas, em 01.06.23

É a civilização quem ordena erguer cidades, exige derrubar árvores.

É ela quem estende viscosos tentáculos até onde o vento se sente escassear.

Espreito esta nesga de tempo enquanto posso

e nela refugio o olhar cansado que ainda consigo.

Aqui estou perdido.

Eu e a mente por onde ecoam as vozes, tantas quantas as perdidas, como eu

distante que nem os passos todos que pudesse ainda dar

este tempo fez-se tempo passado

filho bastardo de um rumo há muito também perdido

que da vida já nem sinal.

“Mas não faz mal, pois não?”

Na inocência de quem é criança e nunca deveria deixar de o ser.

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2011)

 

mundo imundo

por migalhas, em 26.05.23

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Citando-me_parte5

por migalhas, em 24.05.23

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ser medonho

por migalhas, em 19.05.23

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Citando-me_parte4

por migalhas, em 17.05.23

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E se

por migalhas, em 15.05.23

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© Copyright Migalhas (2014)

Desalento

por migalhas, em 12.05.23

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© Copyright Migalhas (2014)

Duas mãos, quase nada

por migalhas, em 10.05.23

Duas mãos não chegam

Não chegam para ti

Não chegam para te chegar

Não chegam para o que quero alcançar

 

Duas mãos o que são?

Senão um enorme espaço confinado

Quilómetros de estradas num beco

Todos os oceanos num copo

Centos de páginas num parágrafo

 

Tão nada, tão pouco

Duas mãos

 

Não dá assim, é escasso

Por mais que estique este braço

Só ganha espaço esta distância

E a vê-la cresço em ânsia

Impotente, de mãos atado

            e então em duas mãos

 

Duas mãos não chegam

Nada chega

Tudo também não

No fim é como tudo

Como tudo tende a ser

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2020)

Por acaso

por migalhas, em 08.05.23

Por acaso, vinha aqui a passar, entrei.

Vi ali um canto obscuro e nele me deitei.

Descansei mal, a noite passada.

Entre trapos e cartões, e por isso não foi fácil adormecer.

Nem sonhei, tanto o que tinha para dormir.

Mas acordei, isso sim.

Nem refeito nem satisfeito.

Apenas obedeci ao descerrar das pálpebras, ao erguer do corpo, ao mecanismo tantas vezes repetido de sair em passo apressado, pois espaço privado havia, uma vez mais, ocupado.

Saí, olhei em redor e, como apareci, fiz-me de novo ausente.

Por acaso.

Eu, entre tanta gente.

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2023)

Liberdade

por migalhas, em 04.05.23

Nela ouso pensar

de sorriso no rosto de quem sabe que quer

ou se permite poder.

 

Com ela me quero deitar

nela me quero depositar

por entre juras e promessas

de dias ao sol, noites ao luar.

 

Parida de um cravo foi, espinho de rosa é.

 

Fez a cama, onde me deitei

deu-me a mão, que aceitei

enfeitiçou-me, e eu deixei.

 

Iludido, apaixonado

fez-me sonhar acordado,

quando o tempo todo assim vivi

apenas e só, enganado.

 

Não lhe vi a outra face

o âmago que é o seu

erro meu, meu enterro

que nela quis acreditar

 

Liberdade, Liberdade

que nada tens para me dar

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2023)