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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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E foi assim o lançamento

por migalhas, em 05.12.24

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Memórias recentes de uma noite inesquecível. Muitos presentes que deram ao auditório da Fnac de Alfragide um ambiente propício ao lançamento do meu mais recente livro "E por vezes a noite".

Ficam os agradecimentos a todos os envolvidos e a esperança de poder fazer chegar este meu mais recente mergulho na narrativa de ficção ao maior número possível de leitores.

Se por aí houver quem pretenda um exemplar, é deixar aqui a sua intenção que terei todo o prazer em enviá-lo via correio para a respectiva morada, pela quantia de 17€. 

Podem ainda adquiri-lo online na Fnac, Bertrand, Wook e no site da editora Cordel de Prata.

E boas leituras.

 

dia de lançamento oficializado

por migalhas, em 23.11.24

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Oficial.
Agora é contar com a vossa disponibilidade. Escusado será dizer que a vossa presença nesta data não só é crucial para o sucesso deste livro, como também para a possibilidade de futuras outras acções de promoção do mesmo. Ajudem-me a encher o auditório desta Fnac, venham daí e façam acontecer magia.
O meu obrigado a todos(as).

Uma original narrativa de ficção, agora ao vosso dispor.

por migalhas, em 09.11.24

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Ele aí está!

Disponível nas principais plataformas de comércio de livros, onde se inclui a Fnac, Bertrand, Wook e o site da própria editora, a Cordel de Prata.

Em qualquer uma delas podem adquiri-lo e lê-lo, pois gostaria imenso de ter reacções a mais este meu tomo pela literatura, neste caso em forma de narrativa de ficção.

Conto com quem me segue por aqui e agradeço igualmente a divulgação, pois quando somos "desconhecidos" do grande consumidor tudo o que possa auxiliar a contrariar essa situação é sempre bem-vindo.

Obrigado a todos(as) e espero sinceramente que gostem deste meu "E por vezes a noite".

Aguardo as vossas críticas.

vir

por migalhas, em 26.09.24

vou foder-te, com quantos As o acto tem

vou comer-te, como o lobo fez à menina e à vovó também

vou enlaçar-te, abraçar-te, babar-te e na mecânica da coisa a minha mente focar

vou violar-te essas entranhas e sugar-lhes essa pútrida vontade de me veres assim, para cima de ti, vil, embrutecido, animalado

sujo e demente sobre a inocência desse teu corpo rendido e desmembrado

tu e eu e mais eu do que tu

nesse leito de dor e espanto

para te fazer rir, tanto

e vir, vir.

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

De solidão rodeado

por migalhas, em 24.09.24

Aqui estou eu, sentado

livros por todo o lado

centos de histórias por contar

milhentos enredos por desbravar

 

Aqui estou eu, escondido

nem achado nem tido

só os livros me veem

a olhá-los, embevecido

 

Cobre-nos um manto silencioso

que forra as capas guardiãs

de quantos capítulos acolhem em si

entre outras tantas, suas irmãs

 

Tamanha fonte aqui encontrei

onde esta sede venho sacear

a páginas tantas já nem sei

se é este saber que me vai confortar

 

Aqui sentado, rodeado

por tantas obras e tão ricas

o que se lê é solidão

neste meu rosto fechado

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

é Domingo e não chove

por migalhas, em 22.09.24

calçei estas botas

a que o tempo deu que fazer

arrastam-se comigo, sem destino

que o que deixei, ficou naquela nuvem de pó asfixiante

 

juntos seguimos a jusante

mas é pó, sempre asfixiante, o que se segue ao prato principal

arame farpado, acho

na garganta este ardor mortal

 

é Domingo e não chove

as calças estão-me largas

o casaco nem se fala

ser andrajoso, movo-me sem me mexer

as roupas puídas, somam-me vidas

 

um dia já tive

fui abastado

não de bens, mas de quem me respeitasse

hoje sou este farrapo

a quem ladram os cães, se assanham os gatos

perdi as botas

descalço vou à fonte

também ela seca

é Domingo e não chove

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

Não me peçam para falar em público

por migalhas, em 29.08.24

Não me peçam para falar em público

Por favor, suplico-vos

A exposição faz-me mal

A ribalta não é para mim

 

Não se arrisquem

não se sujeitem, e a mim também

Ali exposto, a vós, aos mortos, aos espíritos dos antepassados

Entre a espada e essas quatro paredes que me comprimem o peito

Retalham a respiração, me toldam a visão

 

Se ainda se mutilassem

Todos vós os olhos arrancassem, os ouvidos perfurassem, a língua cortassem

As mãos, sim as mãos, que para tanto servem, decepassem

Se por igual se despissem, todos, nu integral, como ao mundo vieram

Se assim diminuídos a sala abandonassem, em romaria, como quem, afinal, não queria

assistir a esta porcaria!

 

Ainda assim evitaria

Não, recusaria!

Determinantemente! Uma e outra vez

 

Que em público mudo sou e já não mudo

Estou bem assim, como estou.

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

É tempo, sabe-se lá de quê.

por migalhas, em 27.08.24

É tempo de sentirmos frio

            mas quem nos abraça é o calor!

É tempo de brilhar a chuva

            mas quem actua é o astro sol!

 

É tempo de dias cinzentos

de nuvens escuras, céu carregado

depressões, constipações

urgências à nora, por todo o lado

 

Mas o que se vê são esplanadas cheias

areais de gente feliz em fato de banho

esquece lá as botas e as meias

viva a vitamina B12, abaixo o ranho!

 

Acabou o tempo com rótulo

Já nada é o que deveria

Andamos ao sabor da maré

Nós, os responsáveis por esta anomalia

 

Assobiámos para o lado por tempo demasiado

Virámos as costas às evidências

Quisemos tudo sem olhar a meios

Resta-nos agora as consequências

 

Fizemos trinta por uma linha

Desrespeitámos a natureza

Deixámos o planeta feito num oito

Para vivermos hoje esta incerteza

 

Rezem agora, rezem

Que deus algum nos vai ajudar

Vestimos a pele do diabo

E é com ele que vamos acabar

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

Ser vento

por migalhas, em 23.08.24

Afago o vento

Que por entre os dedos se esvai

Ser dócil enquanto brisa

Tumultuoso em vendavais

 

Vais onde, oh endiabrado!

Nesse teu rumo libertino

Obstinado, ritmo cadenciado

Dono e senhor do teu destino

 

Tu que não tens pernas, nem pés

Mas corres à velocidade que te apraz

De ponta a ponta, de lés a lés

Onde queres, vais

E a todos te dás

 

Tu que não te quedas por barreiras

Tu que personificas a liberdade

Tu que não conheces fronteiras

Nem tão pouco se te conhece a idade

 

Moderado, és forte, és vendaval

És como mais nada, assim igual

És fúria rebelde em movimento

És tudo em todo o lado ao mesmo tempo

 

És tu a ser vento                                            

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

mulher com filhos

por migalhas, em 21.08.24

mal tem filhos, a mulher desliga o vínculo de intimidade que até então mantinha com o seu companheiro

como se dele esperasse apenas a continuidade sua em forma de criança e nela se visse e passasse a integrar em permanência

quanto ao homem, resta-lhe a esperança de dias em que ela sobre ele relembre o antigo desejo e nele ainda veja quem capaz de lho saciar

que depois segue-se a terceira idade e daí para diante o que era mendigues, moribundo se torna de vez

então já na mão de netos e bisnetos, da prole que do sexo se perfez e que, involuntariamente, o aniquilou de vez.

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2014)