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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Autor valente e imortal

por migalhas, em 22.05.23

Antes a nação, hoje é o autor que nela habita e labuta que é valente e imortal.

Com o seu empenho e constante garra, alimenta uma identidade que se foi perdendo, esmorecendo e ditando um rumo que ele contraria, pois não se concebe morrer na praia.

Cria, grita, eleva-se, mas não se ilude: sobrevive.

Portugal, antes grande e exportador, é hoje invadido por quem vem de fora, pouco se importando com o muito que importa.

Mas a guerrilha fazemo-la nós, uma vez que a guerra é contra a nossa voz.

Há uma identidade, existe uma vontade, de voltar a erguer a bandeira e com ela cerrar fileiras, a viva voz gritando:

Somos nós, temos nós e só nós o podemos. Juntos, como autores desta mudança. Que uma nação, antes valente e imortal, não se queda às mãos da incompetência, da vergonha, da falsidade.

Que uma nação, antes valente e imortal, vive e alimenta-se daqueles que pela arte lutam, pela cultura se esforçam, pela criatividade vivem.

Longa e próspera vida ao autor português!

The Booker 2019 - As vencedoras

por migalhas, em 15.10.19

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Margaret Atwood com "The Testaments" e Bernardine Evaristo com "Girl, Woman, Other" são as vencedoras da edição de 2019 do Booker Prize. Duas vencedoras, que assim terão de dividir entre elas o prémio de £50,000. Algo que, no entanto, não é inédito, pois já em 1974 e 1992 tal tinha acontecido com os pares Nadine Gordimer/Stanley Middleton e Michael Ondaatje/Barry Unsworth, respectivamente. Ainda assim, o facto de terem sido duas as premiadas aguça ainda mais o apetite pelo que devem ser duas obras de uma qualidade bem acima da média.

Quanto a Atwood, é a segunda vez que ganha este Prémio, desta feita com a sequela do badalado "The Handmaid’s Tale". A primeira ocorreu em 2000, com "The Blind Assassin".

Bernardine Evaristo é a primeira mulher negra a receber o Booker e vence-o com o seu oitavo livro de ficção "Girl, Woman, Other".

Aguardemos a publicação de ambas as obras por cá e, até lá, boas leituras.

Ciclo humano

por migalhas, em 21.11.17

Para diante é-se mais e cada vez melhor?

Ou definha-se, uns compassadamente outros de rajada, e nesse processo é-se tomado de um decréscimo que por nos ser tão doloroso e impensável nos recusamos a aceitar?

É a experiência um real acumular de sabedoria ganha com o passar dos anos ou mera prosa de quem sabe que, mais dia menos dia, será ultrapassado e definitivamente esquecido?

Que tudo tem um limite. Por uns tempos é sempre a subir, é o gráfico do crescimento e eis que a crise, a da idade, se instala e o gráfico inverte a sua tendência, esmorece e vem por aí abaixo, tudo levando adiante, sabedoria, experiência, sanidade, lucidez.

E então aquilo que por uns tempos nos deu valor, mérito, nos fez ser respeitados, nos atribuiu carga, estatuto, autoridade, desaba e em cacos nos faz, coisa perene que viveu um sonho breve e agora ao nada voltou, num ciclo que é sempre igual, sempre assim, tristemente humano.

 

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