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Memórias recentes de uma noite inesquecível. Muitos presentes que deram ao auditório da Fnac de Alfragide um ambiente propício ao lançamento do meu mais recente livro "E por vezes a noite".
Ficam os agradecimentos a todos os envolvidos e a esperança de poder fazer chegar este meu mais recente mergulho na narrativa de ficção ao maior número possível de leitores.
Se por aí houver quem pretenda um exemplar, é deixar aqui a sua intenção que terei todo o prazer em enviá-lo via correio para a respectiva morada, pela quantia de 17€.
Podem ainda adquiri-lo online na Fnac, Bertrand, Wook e no site da editora Cordel de Prata.
E boas leituras.
A confirmação que faltava.
Agora só fica a faltar a vossa presença, algo que muito me encheria de alegria.
Quem quiser e puder aparecer nesta data, lá me encontrará a tentar dar o melhor num evento que, espero, seja, não do tamanho da minha altura mas sim, do tamanho dos meus sonhos.
Conto convosco?
Ele aí está!
Disponível nas principais plataformas de comércio de livros, onde se inclui a Fnac, Bertrand, Wook e o site da própria editora, a Cordel de Prata.
Em qualquer uma delas podem adquiri-lo e lê-lo, pois gostaria imenso de ter reacções a mais este meu tomo pela literatura, neste caso em forma de narrativa de ficção.
Conto com quem me segue por aqui e agradeço igualmente a divulgação, pois quando somos "desconhecidos" do grande consumidor tudo o que possa auxiliar a contrariar essa situação é sempre bem-vindo.
Obrigado a todos(as) e espero sinceramente que gostem deste meu "E por vezes a noite".
Aguardo as vossas críticas.
O meu mais recente livro encontra-se já à venda na Bertrand, Wook e muito em breve na Fnac.
Também para dia 1 de Dezembro, às 20h00, está agendado o lançamento desta obra na loja Fnac de Alfragide. Em breve darei notícias mais detalhadas para quem queira aparecer e comigo partilhar este momento especial.
Sinopse:
Existe um livro.
Alucinante e belo, que a todos fascina, a todos impressiona, mas quem o escreveu?
Um autor de sucesso, caído em desgraça, tenta a salvação agarrando-se a esse guião sem dono. De um lado a tentação, de outro o peso na consciência. Que caminho seguirá e onde o levará tal decisão?
No entretanto, outro livro se interpõe: o livro da vida. Onde os actores desta história somam capítulos de breve felicidade, de imenso pesar, de tanta dor, a páginas tantas superada ou, querem eles crer, esquecida.
E a cada dia segue a noite. Conselheira, amante dos amantes, ela segreda, revela, oferece a força e o alento para continuarem a navegar o revolto mar que é a vida.
O estrondo foi evidente. Os olhares seguiram-no. Houve sobressaltos, os típicos sustos. Crianças pequenas correram assustadas na direção dos pais. Boquiabertas, algumas pessoas retraíram-se. Ninguém se mostrou indiferente ao alvoroço provocado. Na loja, a empregada prontamente pegou no frágil manequim e ergueu-o do chão. Colocou-o de volta à posição de sempre, a vertical. Com ele, erguera-se igualmente a dignidade momentaneamente perdida. Recompostas, as pessoas seguiram os seus destinos. Aquele incidente era já passado. A vida apelava à normalidade, ao regresso urgente desta e a esta. O manequim ali continuaria a sua missão. Vestido, despido, mas sempre em pé. De preferência.
© Copyright Miguel Santos Teixeira - Agosto 2024
Confronto-me com aquele ser na cruz e partilho da sua dor. Também eu fui brindado em vida com uma pesada cruz que arrastei a cada dia da minha existência e que tem sido presságio da minha morte anunciada. Também eu fui flagelado e milhentas chagas se me abriram em rios de sangue que verti em direcção ao imenso mar onde me vejo submergir a cada espaço de tempo. Não deveria haver permissão para tamanho sofrimento. À flor da pele ou profundo como o abismo em que nos deixamos cair, atraídos pela tentação, pela vida de ficção com que julgamos iludir a realidade. E esta não é a minha realidade. Fechado entre quatro paredes de um quarto nu, de tudo despojado. Agradeço a dádiva, a esperança em mim depositada, a ajuda que me foi dada sem nada exigir em troca senão a minha redenção, a minha abnegação à vida de pecado a que me submeti e que tem impregnado os meus dias. Lamento desapontá-los guardiões da fé, da crença num poder do além, mas essa promessa jamais a poderia cumprir. Pois não é esta a minha realidade. Sou animal selvagem e não admito cativeiro algum. Ninguém nem nada me priva da liberdade que me percorre as veias, que me permite respirar. Nem que isso signifique a morte. Pois também ela é libertação. A suprema libertação.
Excerto do projecto "Crónicas de Serathor", de Miguel Santos Teixeira.
Nela ouso pensar
de sorriso no rosto de quem sabe que quer
ou se permite poder.
Com ela me quero deitar
nela me quero depositar
por entre juras e promessas
de dias ao sol, noites ao luar.
Parida de um cravo foi, espinho de rosa é.
Fez a cama, onde me deitei
deu-me a mão, que aceitei
enfeitiçou-me, e eu deixei.
Iludido, apaixonado
fez-me sonhar acordado,
quando o tempo todo assim vivi
apenas e só, enganado.
Não lhe vi a outra face
o âmago que é o seu
erro meu, meu enterro
que nela quis acreditar
Liberdade, Liberdade
que já nada tens para me dar
© Copyright Miguel Santos Teixeira
De quem vieram as ordens para avançar com a revolução?
Pouco se sabe.
Mas pressões de um insatisfeito grupo de militares, podem ter despoletado o processo.
Queriam a mudança, o corte com a ditadura, mas sem derramamento de sangue.
Para mostrarem ao mundo que era possível cortar sem fazer feridas.
O pai, militar orgulhoso de ter integrado a bem-sucedida operação, mostrou ao filho a metralhadora.
A G3, com o cravo cravado no cano a travar a saída de uma munição que fosse.
O filho, sem perceber o que se passava, mas visivelmente contagiado pelo entusiasmo do pai, pegou no cravo e cheirou-o.
O pai baixou a guarda e agora o cravo já nada podia deter.
Nem mesmo a bala, que, fatalmente, o atingiu pelas costas.
Lá fora, a celebração subia de tom.
Já no chão desta casa, um outro tom, este vermelho sangue, desabrochava.
Inocente, a criança olhou o pai inerte, o soldado tombado.
Era dia de festa.
© Copyright Miguel Santos Teixeira