Quanto vale a tua escrita? Que peso efectivo pode ela ter
ou deixar de ter numa sociedade em que mesmo os mais básicos
valores se deterioram a um ritmo alucinante, em que a
prioridade é cada vez mais focada em bens de primeira necessidade,
em que o espectro da pobreza, da mendicidade, há
muito assombra cada um, sem olhar a credo ou a raça? Qual o
valor real de uma palavra vinda de ti, de uma frase que aches
brilhante, a todos os níveis intocável? Será que sem aquilo que
dizes e que escreves o mundo pode continuar a avançar? Será
assim tão determinante para o correr dos dias aquilo que tens
para dizer, tudo quanto passas para o papel, sejam ideias, rascunhos,
diálogos? Quem estipula o teu valor? Seja comercial,
seja meramente artístico? E mesmo esse, quem é ele? Que tem
de extraordinário ou por que possui ele essa procuração que
lhe permite avaliar o valor deste ou daquele conteúdo, deste
ou daquele pedaço de escrita? Nessa subjectividade que é analisar,
avaliar, conferir maior ou menor nota a um punhado
de folhas tingidas pelo negro das ideias que nelas se materializaram
e agora se preparam para fazer pela vida ou morrer a
tentar. Um livro será sempre um livro. As letras são as mesmas
para todos, apenas o seu encadeado varia de autor para autor,
de acordo com o enredo, a ideia, o ritmo, o estilo. É essa a
magia da escrita: encantar e surpreender com algo que está ao
alcance de todos. Terá a tua escrita o quanto lhe baste nessa
matéria? Que a teus olhos tem isso e muito mais. Mas não
quererás tu ir mais longe e um dia vires a ingressar nesse restrito
círculo dos que são amados e admirados pelo que escrevem
e o modo como o escrevem?
Quem pretender adquirir um exemplar, ou mais, deste meu mais recente mergulho na escrita literária, por favor proceda ao pedido nos comentário. Obrigado e Boas-Festas.
Memórias recentes de uma noite inesquecível. Muitos presentes que deram ao auditório da Fnac de Alfragide um ambiente propício ao lançamento do meu mais recente livro "E por vezes a noite".
Ficam os agradecimentos a todos os envolvidos e a esperança de poder fazer chegar este meu mais recente mergulho na narrativa de ficção ao maior número possível de leitores.
Se por aí houver quem pretenda um exemplar, é deixar aqui a sua intenção que terei todo o prazer em enviá-lo via correio para a respectiva morada, pela quantia de 17€.
Podem ainda adquiri-lo online na Fnac, Bertrand, Wook e no site da editora Cordel de Prata.
Agora só fica a faltar a vossa presença, algo que muito me encheria de alegria.
Quem quiser e puder aparecer nesta data, lá me encontrará a tentar dar o melhor num evento que, espero, seja, não do tamanho da minha altura mas sim, do tamanho dos meus sonhos.
Disponível nas principais plataformas de comércio de livros, onde se inclui a Fnac, Bertrand, Wook e o site da própria editora, a Cordel de Prata.
Em qualquer uma delas podem adquiri-lo e lê-lo, pois gostaria imenso de ter reacções a mais este meu tomo pela literatura, neste caso em forma de narrativa de ficção.
Conto com quem me segue por aqui e agradeço igualmente a divulgação, pois quando somos "desconhecidos" do grande consumidor tudo o que possa auxiliar a contrariar essa situação é sempre bem-vindo.
Obrigado a todos(as) e espero sinceramente que gostem deste meu "E por vezes a noite".
Han Kang nasceu em Gwangju, na Coreia do Sul. Em 1994 começou a sua carreira de escritora vencendo o primeiro lugar de um concurso literário em Seul. A Vegetariana, o seu primeiro romance publicado pela Dom Quixote, ganhou o Man Booker International Prize em 2016. Atos Humanos venceu o Prémio Manhae na Coreia do Sul e o Prémio Malaparte em Itália. A obra seguinte, O Livro Branco, foi, em 2018, finalista do Man Booker International Prize. Han Kang recebeu ainda os prémios literários Yi Sang, Jovens Criadores, Melhor Romance da Coreia, Hwang Sun-won e Dongri. Foi professora no Departamento de Escrita Criativa do Instituto das Artes de Seul e dedica-se atualmente apenas à escrita. Está publicada em mais de trinta línguas.
Fonte: Wook
E fica aqui também esta certeza:
O mais recente romance da escritora sul-coreana Han Kang, "Despedidas Impossíveis", vai ser publicado ainda este ano em Portugal pela Dom Quixote, que tem editado a obra desta autora.
"Despedidas Impossíveis", que venceu no ano passado o Prémio Médicis, em França, ‘ex-aequo’ com "Misericórdia", de Lídia Jorge, é um romance que transporta o leitor através de uma viagem pela Coreia do Sul contemporânea e pela sua dolorosa história.
O estrondo foi evidente. Os olhares seguiram-no. Houve sobressaltos, os típicos sustos. Crianças pequenas correram assustadas na direção dos pais. Boquiabertas, algumas pessoas retraíram-se. Ninguém se mostrou indiferente ao alvoroço provocado. Na loja, a empregada prontamente pegou no frágil manequim e ergueu-o do chão. Colocou-o de volta à posição de sempre, a vertical. Com ele, erguera-se igualmente a dignidade momentaneamente perdida. Recompostas, as pessoas seguiram os seus destinos. Aquele incidente era já passado. A vida apelava à normalidade, ao regresso urgente desta e a esta. O manequim ali continuaria a sua missão. Vestido, despido, mas sempre em pé. De preferência.
Essa noite foi a primeira noite com que me deparei depois de ti.
Perdido e sem rumo, nela entrei e nela me perdi, a pensar apenas e só em ti. Por isso essa noite sabe a ti, sabe de ti e não me deixa mentir quando digo que chorei ao te ver partir.
Depois dessa, muitas outras noites eu já vivi, perdido e sem rumo, desolado por não mais te ter a meu lado, de coração destroçado, alma escura como este breu que depois se fez em dia também, desde então.
Como um denso nevoeiro, a minha visão tolda-se sem nada a que se agarrar e por isso aguardo o teu regresso para então esta escuridão se dissipar e de novo à luz do dia poder voltar.
Sem receios de que de novo possa amar e nesse imenso mar de tantas ilusões, sentimentos e outras sensações, me seja outra vez permitido sonhar, com noites de luar e dias, enfim, brilhantes, nos quais dois amantes se banhem de luz sem que isso seja a sua cruz, mas antes a sua sorte em vida, a de alguém que encontra o seu par e nele se acolhe e conforta, nele encontra guarida.