Na data de hoje comemora-se não só o Dia Mundial da Poesia mas, mais importante ainda, o Dia Mundial da Árvore. E digo mais importante, pois a crescente escassez de árvores é uma realidade cada vez mais presente. Fruto dessa desflorestação irracional, desse processo completo e permanente dedestruiçãomassiva, deabate intensivoeconstantedeárvoresdefloresta, debosque, o que seja que provocaa destruiçãodeecossistemas,alteraçõesclimáticas,perdadepatrimónio genético, esta é uma realidade, na sua maior parte, da autoria do pior inimigo deste planeta, o próprio homem. O mesmo que não poderá sobreviver sem elas, pois convém lembrar que são essas mesmas árvores que diariamente desaparecem a um ritmo assustador, os pulmões deste nosso rochedo em que habitamos. E se de ar precisamos como de pão para a boca, já a poesia não é assim tão fundamental, pois dela não depende a nossa existência. Talvez uma outra, a cultural, e aí sim, ela reveste-se de toda uma dimensão que ninguém ousa discutir. Mas para que a possamos continuar a apreciar, convém que consigamos continuar a respirar. E crendo que sim, que ainda nos restarão uns anos de oxigénio, então durante esses que celebremos a diversidade do diálogo, a livre criação de ideias através das palavras, da criatividade e da inovação, aquilo que é, afinal, a poesia. Que atentemos na importância da reflexão sobre o poder da linguagem e do desenvolvimento das habilidades criativas de cada pessoa e do modo como cada qual contribui para a diversidade criativa através da sua perceção e compreensão do mundo. Sejamos poetas, sim, mas antes disso amantes cuidadosos deste nosso planeta, pois só assim poderemos continuar a usufruir, desfrutar, amar, desta forma inigualável da nossa linguagem.