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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Começa assim "E por vezes a noite"

por migalhas, em 16.12.24

um

 

Quanto vale a tua escrita? Que peso efectivo pode ela ter

ou deixar de ter numa sociedade em que mesmo os mais básicos

valores se deterioram a um ritmo alucinante, em que a

prioridade é cada vez mais focada em bens de primeira necessidade,

em que o espectro da pobreza, da mendicidade, há

muito assombra cada um, sem olhar a credo ou a raça? Qual o

valor real de uma palavra vinda de ti, de uma frase que aches

brilhante, a todos os níveis intocável? Será que sem aquilo que

dizes e que escreves o mundo pode continuar a avançar? Será

assim tão determinante para o correr dos dias aquilo que tens

para dizer, tudo quanto passas para o papel, sejam ideias, rascunhos,

diálogos? Quem estipula o teu valor? Seja comercial,

seja meramente artístico? E mesmo esse, quem é ele? Que tem

de extraordinário ou por que possui ele essa procuração que

lhe permite avaliar o valor deste ou daquele conteúdo, deste

ou daquele pedaço de escrita? Nessa subjectividade que é analisar,

avaliar, conferir maior ou menor nota a um punhado

de folhas tingidas pelo negro das ideias que nelas se materializaram

e agora se preparam para fazer pela vida ou morrer a

tentar. Um livro será sempre um livro. As letras são as mesmas

para todos, apenas o seu encadeado varia de autor para autor,

de acordo com o enredo, a ideia, o ritmo, o estilo. É essa a

magia da escrita: encantar e surpreender com algo que está ao

alcance de todos. Terá a tua escrita o quanto lhe baste nessa

matéria? Que a teus olhos tem isso e muito mais. Mas não

quererás tu ir mais longe e um dia vires a ingressar nesse restrito

círculo dos que são amados e admirados pelo que escrevem

e o modo como o escrevem?

 

Quem pretender adquirir um exemplar, ou mais, deste meu mais recente mergulho na escrita literária, por favor proceda ao pedido nos comentário. Obrigado e Boas-Festas.

Lançamento confirmado

por migalhas, em 14.11.24

lanclivro.jpg

A confirmação que faltava.

Agora só fica a faltar a vossa presença, algo que muito me encheria de alegria.

Quem quiser e puder aparecer nesta data, lá me encontrará a tentar dar o melhor num evento que, espero, seja, não do tamanho da minha altura mas sim, do tamanho dos meus sonhos.

Conto convosco?

Uma original narrativa de ficção, agora ao vosso dispor.

por migalhas, em 09.11.24

E por vezes a noite_img_geral.jpeg

Ele aí está!

Disponível nas principais plataformas de comércio de livros, onde se inclui a Fnac, Bertrand, Wook e o site da própria editora, a Cordel de Prata.

Em qualquer uma delas podem adquiri-lo e lê-lo, pois gostaria imenso de ter reacções a mais este meu tomo pela literatura, neste caso em forma de narrativa de ficção.

Conto com quem me segue por aqui e agradeço igualmente a divulgação, pois quando somos "desconhecidos" do grande consumidor tudo o que possa auxiliar a contrariar essa situação é sempre bem-vindo.

Obrigado a todos(as) e espero sinceramente que gostem deste meu "E por vezes a noite".

Aguardo as vossas críticas.

E por vezes a noite

por migalhas, em 04.11.24

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O meu mais recente livro encontra-se já à venda na Bertrand, Wook e muito em breve na Fnac.

Também para dia 1 de Dezembro, às 20h00, está agendado o lançamento desta obra na loja Fnac de Alfragide. Em breve darei notícias mais detalhadas para quem queira aparecer e comigo partilhar este momento especial.

Sinopse:

Existe um livro.

Alucinante e belo, que a todos fascina, a todos impressiona, mas quem o escreveu?

Um autor de sucesso, caído em desgraça, tenta a salvação agarrando-se a esse guião sem dono. De um lado a tentação, de outro o peso na consciência. Que caminho seguirá e onde o levará tal decisão?

No entretanto, outro livro se interpõe: o livro da vida. Onde os actores desta história somam capítulos de breve felicidade, de imenso pesar, de tanta dor, a páginas tantas superada ou, querem eles crer, esquecida.

E a cada dia segue a noite. Conselheira, amante dos amantes, ela segreda, revela, oferece a força e o alento para continuarem a navegar o revolto mar que é a vida.

vir

por migalhas, em 26.09.24

vou foder-te, com quantos As o acto tem

vou comer-te, como o lobo fez à menina e à vovó também

vou enlaçar-te, abraçar-te, babar-te e na mecânica da coisa a minha mente focar

vou violar-te essas entranhas e sugar-lhes essa pútrida vontade de me veres assim, para cima de ti, vil, embrutecido, animalado

sujo e demente sobre a inocência desse teu corpo rendido e desmembrado

tu e eu e mais eu do que tu

nesse leito de dor e espanto

para te fazer rir, tanto

e vir, vir.

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

De solidão rodeado

por migalhas, em 24.09.24

Aqui estou eu, sentado

livros por todo o lado

centos de histórias por contar

milhentos enredos por desbravar

 

Aqui estou eu, escondido

nem achado nem tido

só os livros me veem

a olhá-los, embevecido

 

Cobre-nos um manto silencioso

que forra as capas guardiãs

de quantos capítulos acolhem em si

entre outras tantas, suas irmãs

 

Tamanha fonte aqui encontrei

onde esta sede venho sacear

a páginas tantas já nem sei

se é este saber que me vai confortar

 

Aqui sentado, rodeado

por tantas obras e tão ricas

o que se lê é solidão

neste meu rosto fechado

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

é Domingo e não chove

por migalhas, em 22.09.24

calçei estas botas

a que o tempo deu que fazer

arrastam-se comigo, sem destino

que o que deixei, ficou naquela nuvem de pó asfixiante

 

juntos seguimos a jusante

mas é pó, sempre asfixiante, o que se segue ao prato principal

arame farpado, acho

na garganta este ardor mortal

 

é Domingo e não chove

as calças estão-me largas

o casaco nem se fala

ser andrajoso, movo-me sem me mexer

as roupas puídas, somam-me vidas

 

um dia já tive

fui abastado

não de bens, mas de quem me respeitasse

hoje sou este farrapo

a quem ladram os cães, se assanham os gatos

perdi as botas

descalço vou à fonte

também ela seca

é Domingo e não chove

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

Não me peçam para falar em público

por migalhas, em 29.08.24

Não me peçam para falar em público

Por favor, suplico-vos

A exposição faz-me mal

A ribalta não é para mim

 

Não se arrisquem

não se sujeitem, e a mim também

Ali exposto, a vós, aos mortos, aos espíritos dos antepassados

Entre a espada e essas quatro paredes que me comprimem o peito

Retalham a respiração, me toldam a visão

 

Se ainda se mutilassem

Todos vós os olhos arrancassem, os ouvidos perfurassem, a língua cortassem

As mãos, sim as mãos, que para tanto servem, decepassem

Se por igual se despissem, todos, nu integral, como ao mundo vieram

Se assim diminuídos a sala abandonassem, em romaria, como quem, afinal, não queria

assistir a esta porcaria!

 

Ainda assim evitaria

Não, recusaria!

Determinantemente! Uma e outra vez

 

Que em público mudo sou e já não mudo

Estou bem assim, como estou.

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

É tempo, sabe-se lá de quê.

por migalhas, em 27.08.24

É tempo de sentirmos frio

            mas quem nos abraça é o calor!

É tempo de brilhar a chuva

            mas quem actua é o astro sol!

 

É tempo de dias cinzentos

de nuvens escuras, céu carregado

depressões, constipações

urgências à nora, por todo o lado

 

Mas o que se vê são esplanadas cheias

areais de gente feliz em fato de banho

esquece lá as botas e as meias

viva a vitamina B12, abaixo o ranho!

 

Acabou o tempo com rótulo

Já nada é o que deveria

Andamos ao sabor da maré

Nós, os responsáveis por esta anomalia

 

Assobiámos para o lado por tempo demasiado

Virámos as costas às evidências

Quisemos tudo sem olhar a meios

Resta-nos agora as consequências

 

Fizemos trinta por uma linha

Desrespeitámos a natureza

Deixámos o planeta feito num oito

Para vivermos hoje esta incerteza

 

Rezem agora, rezem

Que deus algum nos vai ajudar

Vestimos a pele do diabo

E é com ele que vamos acabar

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

Ser vento

por migalhas, em 23.08.24

Afago o vento

Que por entre os dedos se esvai

Ser dócil enquanto brisa

Tumultuoso em vendavais

 

Vais onde, oh endiabrado!

Nesse teu rumo libertino

Obstinado, ritmo cadenciado

Dono e senhor do teu destino

 

Tu que não tens pernas, nem pés

Mas corres à velocidade que te apraz

De ponta a ponta, de lés a lés

Onde queres, vais

E a todos te dás

 

Tu que não te quedas por barreiras

Tu que personificas a liberdade

Tu que não conheces fronteiras

Nem tão pouco se te conhece a idade

 

Moderado, és forte, és vendaval

És como mais nada, assim igual

És fúria rebelde em movimento

És tudo em todo o lado ao mesmo tempo

 

És tu a ser vento                                            

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)