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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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pó vagabundo

por migalhas, em 18.07.23

o pó assenta, sempre o faz

desde que instigado, no seu voo alado

deter-se, ficar-se, é incapaz

bicho irrequieto que vive em todo o lado

 

só nós teimamos em ocultá-lo

invisível torná-lo

removendo-o, varrendo-o, daqui ou doutro lugar

na certeza de que, adiante, acaba por pousar

 

daqui, dali, de lado algum ele sai

teimoso, impassível, a lado algum ele vai

omnipresente, ser intransigente

cabeça de cartaz, coisa resistente

 

apenas na nossa cabeça o eliminamos

na supérflua tarefa que nos faz gente

nós, tolos humanos

dois passos atrás, meio para a frente

 

o mesmo pó a que seremos lançados

por ele tragados no seu contentamento

aos leões esfomeados, pobres de nós

que nada nos sobra em testamento

 

é pó, é terra, é o fim do caminho

é arena despida do que é humano

que este morrer é sempre sozinho

é meu, é teu, é destino profano    

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2013)

Há de haver

por migalhas, em 14.07.23

à imagem deste que julgo ser

à beira de um imaginário precipício

há tudo quanto se me escapa

daqui até onde a minha mão alcança

 

há o que não pressinto, nem vejo

neste meu infinito desejo

há o que calo e não digo

como quem silencia um inimigo

 

no universo há tudo isto

mais aquilo que não entendo

amálgama de que sou feito

para lá deste espaço e tempo em que existo

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2013)

tu sempre foste

por migalhas, em 09.06.23

tu sempre foste.jpg

Autor valente e imortal

por migalhas, em 22.05.23

Antes a nação, hoje é o autor que nela habita e labuta que é valente e imortal.

Com o seu empenho e constante garra, alimenta uma identidade que se foi perdendo, esmorecendo e ditando um rumo que ele contraria, pois não se concebe morrer na praia.

Cria, grita, eleva-se, mas não se ilude: sobrevive.

Portugal, antes grande e exportador, é hoje invadido por quem vem de fora, pouco se importando com o muito que importa.

Mas a guerrilha fazemo-la nós, uma vez que a guerra é contra a nossa voz.

Há uma identidade, existe uma vontade, de voltar a erguer a bandeira e com ela cerrar fileiras, a viva voz gritando:

Somos nós, temos nós e só nós o podemos. Juntos, como autores desta mudança. Que uma nação, antes valente e imortal, não se queda às mãos da incompetência, da vergonha, da falsidade.

Que uma nação, antes valente e imortal, vive e alimenta-se daqueles que pela arte lutam, pela cultura se esforçam, pela criatividade vivem.

Longa e próspera vida ao autor português!