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Foi revelada nesta terça-feira, 9 de Abril, a lista dos seis livros finalistas ao prémio Man Booker International Prize de 2019. Um galardão que celebra os melhores trabalhos de ficção traduzida de todo o mundo. O prémio de £ 50.000 para o livro vencedor será dividido igualmente entre o seu autor e o respectivo tradutor. Só para relembrar que o vencedor do prémio deste ano será anunciado a 21 de Maio, em Londres. Até lá, concentremos atenções nestes 6 tentando adivinhar qual deles irá receber a melhor das recompensas.
Assista aqui ao vídeo de anúncio dos 6 finalistas: https://www.youtube.com/watch?time_continue=14&v=NqYYD-nyj-E
O Man Booker Internacional Prize revelou hoje, Quarta-feira, 13 de Março, os 13 romances em disputa pela edição de 2019 deste consagrado prémio da literatura, que anualmente celebra os melhores trabalhos de ficção traduzida de todo o mundo.
O prémio é concedido todos os anos a um livro que tenha sido traduzido para inglês e publicado no Reino Unido e na Irlanda. Autores e tradutores são considerados igualmente importantes, sendo por isso o prémio de £ 50.000 dividido entre eles. Além disso, cada autor e tradutor pré-selecionado receberá £ 1.000.
A shortlist de seis livros será anunciada no dia 9 de Abril, num evento na Somerset House em Londres, e o vencedor do prémio de 2019 será finalmente conhecido a 21 de Maio, num jantar no Roundhouse em Londres.
Mais pormenores aqui: https://themanbookerprize.com/international/news/2019-longlist-announced-man-booker-international-prize
A terceira edição do FIC — Festival Internacional de Cultura volta a Cascais e irá ocupar todo o mês de Setembro com muitas e variadas sugestões em áreas como a literatura, a música, passando pelo teatro, cinema, exposições, animação infantil, noites de poesia, artes de rua e eventos de gastronomia, bem como uma inovadora Festa do Livro. Com uma programação sempre centrada nos livros e na literatura, o FIC tem este ano por tema “Camões: ao desconcerto do mundo”. Este ano o FIC vai ainda entender-se a espaços como a Casa de Santa Maria, o Jardim da Parada, a Casa Sommer ou o Jardim do Museu do Mar. A Casa das Histórias Paula Rego, porém, irá manter-se como o centro do evento. À semelhança do que aconteceu em anos anteriores, a grande maioria das iniciativas tem entrada gratuita. Por tudo isto, este é um festival a não perder! Saiba (ainda) mais em http://bit.ly/2ftCVHo
Após o sucesso da edição de 2015, a Chiado Editora reeditará este ano a iniciativa "Um Livro Num Dia", na comemoração do Dia Mundial do Livro a 23 de Abril, sábado.
Autores reconhecidos, escritores emergentes ou meros sonhadores, podem participar na edição ao vivo de “Um livro num dia”.
Neste dia, a partir das 09h00, a Chiado Editora vai montar um escritório móvel na Praça Luís de Camões, em Lisboa, onde o público pode apresentar os seus textos originais de forma a integrarem esta edição especial. Os contos devem ser entregues em formato digital (PEN), com um limite de 2.000 caracteres, até às 12h00.
Nenhum texto será admitido antes das 9h de dia 23 de Abril. Todas as etapas do processo de Edição de um livro terão lugar a 23 de Abril e à vista de todos.
Todas as fases de construção do livro podem ser acompanhadas in loco, desde a revisão à paginação e design da capa e, às 13h00, o livro segue para a gráfica. Ao final da tarde (18h30), regressa ao mesmo local, onde 1.000 exemplares da obra serão distribuídos gratuitamente ao público.
O livro ficará então disponível para compra em www.chiadoeditora.com e, no dia seguinte, entrará no circuito comercial podendo ser adquirido junto das maiores lojas.
Durante a tarde, o escritório mantém-se aberto, em modo OPEN OFFICE DAY, proporcionando a todos os que passem pelo espaço a oportunidade de conhecer os meandros do trabalho editorial, conversar com os nossos Editores e colocar todas as suas questões, dúvidas, sonhos, projetos, etc.
Edição ao vivo de “Um livro num dia” – Chiado Editora
23 de Abril, Dia Mundial do Livro
Praça Luís de Camões, ao Chiado, Lisboa
09h00-12h00 :: Entrega de textos originais, revisão, paginação e design de capa
13h00 :: Livro dá entrada na Gráfica
14h00-18h00 :: Open Office Day
18h30 :: Lançamento do livro e distribuição gratuita de 1.000 exemplares do livro.
Uma iniciativa que se aplaude, na sua segunda edição. Participem!
Integrado na Quinzena da Leitura do Colégio da Torre em Oeiras, e mais concretamente no evento Maratona de Leitura, em que professores, colaboradores do Colégio da Torre e Pais foram convidados a contar uma história às crianças da escola, coube-me a mim hoje a minha vez de participar com a leitura de um antigo conto infantil meu que, a ver pela reacção dos presentes, foi do agrado geral.
Aqui fica então, para todos vocês que não puderam estar presentes e assim ouvir em primeira mão. Espero que gostem.
Aquela fieira de prédios altos e majestosos, muitos deles a tocarem os céus, só era diferente de todas as outras fieiras de prédios, igualmente altos e majestosos, por uma pequena, mínima, razão, que quase nem se dava por ela. No meio dos seus gigantes irmãos, um minúsculo prédio, quase insignificante, mantivera a sua baixa estatura, resistido à tentação de crescer, de acompanhar os seus vizinhos naquela louca corrida às alturas. E de tal forma mantivera essa sua ideia – muito à conta de uma enorme teimosia - que já ninguém sequer tentava falar sobre o assunto. Passara a ser natural para todos os outros, viver paredes meias com uma “amostra de prédio”, como ainda lhe chegaram a chamar. Provocações a que não deu qualquer importância, convencido que estava da sua ideia fixa de ser assim mesmo, pequeno. Nada o mudara antes, da mesma forma que nada o iria mudar agora. Passados os piores momentos - aqueles iniciais em que a sua teimosia muitas discussões provocara – todos viviam agora em perfeita harmonia e plenamente convencidos de que assim seria para todo o sempre. Havia, no entanto, um prédio, a alguns quarteirões de distância, que ainda hoje não se conformava com esta situação, na sua opinião, ridícula. Por que razão aquele prédio se recusara a acompanhar o crescimento dos seus irmãos? Que estranha ideia o levara a tomar tão insólita decisão? Não querendo dar parte fraca – mas remoendo aquele assunto todos os dias, durante anos a fio – o inconformado prédio, de duzentos e trinta e três andares, lá se decidiu a questionar o parente que ele próprio considerava muito afastado:
- Ouve lá, ó pequenote.
- Estás a falar comigo?
- Claro que estou a falar contigo. Vês aqui mais algum prédio a que possa chamar pequenote? – perguntava o enorme arranha-céus, agora todo encurvado como única forma de se chegar mais perto.
- Não gosto que me chamem nomes associados ao meu tamanho.
- Tudo bem, é justo. Não volto a fazê-lo. Mas há uma coisa que me tem dado a volta à telha e que gostava de esclarecer contigo.
- Muito bem, fala.
- Tem a ver com a tua altura.
- Pois que outra coisa poderia ser! – desabafou – Conta-me lá então o que é que tem a minha altura? – questionou em resposta, preparando-se para argumentar o que tantas vezes já repetira a outros curiosos como ele.
- É que é muito baixa.
- Pois é. E isso incomoda-te?
- Não, incomodar não me incomoda. Mas, digamos, faz-me alguma confusão.
- Faz-te confusão?
- Sim, faz-me confusão porque é que tu não queres ser alto como todos nós. Tu alguma vez tocaste os céus ou experimentaste a sensação única que é ver tudo lá bem do alto?
- Não, nem preciso.
- Fazes ideia da vista espantosa que todos temos lá de cima e que tu, aqui de baixo, nem imaginas?
- Mas quem é que te disse a ti que a vista que tenho aqui de baixo não é tanto, ou mesmo mais espantosa, do que a que tu tens lá de cima?
- Essa agora! Como é que isso é possível?
- Eu digo-te. Vocês cresceram, uns mais do que os outros, mas sempre com o objectivo de se afastarem cá de baixo. Tornaram-se altivos, frios, distantes e convencidos de que a vossa estatura era o que mais interessava. Mas enganam-se. Todos. O melhor da cidade está aqui em baixo, nas ruas. Porque o melhor da cidade são as pessoas e elas movem-se aqui, a dois passos de mim. Passeiam, correm, zangam-se, convivem, riem, choram, falam, tudo aqui, bem pertinho de mim. Sente-se o calor humano cá em baixo, não lá em cima. E isso sim, é o que verdadeiramente importa. Por um acaso vocês lá nas alturas têm essa visão?
- Das pessoas? Não, lá de cima elas são... minúsculas. Quase tanto como tu.
- Lá está! Percebes agora porque é que eu nunca quis crescer como todos vocês?
- Acho que sim.
- Como é que eu assistia a todo este espectáculo humano, a toda esta vida que pulsa a cada segundo na cidade, se estivesse lá no alto como vocês?
- Tens razão. Nunca tinha pensado nisso.
E posto isso, despediu-se, convencido, como todos os outros antes dele. O alto e majestoso prédio, de muitos e muitos andares, regressou à sua posição vertical, compreendendo agora as razões que haviam levado aquele pequeno prédio a recusar-se a crescer. A recusar-se a ser mais um arranha-céus vaidoso e apenas preocupado em tocar o céu, esquecendo que o mais importante, e única razão da sua existência, vive cá em baixo, com os pés bem assentes na terra.
FIM