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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Dia Internacional do Livro Infantil

por migalhas, em 02.04.19

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Celebra-se hoje o Dia Internacional do Livro Infantil, efeméride instituída em 1967 e no preciso dia em que se assinala também o nascimento de Hans Christian Andersen, escritor dinamarquês e poeta de histórias infantis.

Que livros marcaram a nossa infância, bem pode ser um desafio à nossa mente no sentido de nos fazer recuar aos tempos em que os sonhos nos comandavam a vida. No que a mim diz respeito, dois heróis "enchiam-me" as medidas nessa época que parece que ainda foi há uns dias atrás. Foram eles Tarzan e Sandokan, o tigre da Malásia. Quem não os recorda também.

Mas outros houve e aqui neste texto ficam alguns dos que, com certeza, são comuns à maioria: 

https://bertrandptsomoslivros.blog/2019/04/02/7-livros-que-marcaram-a-nossa-infancia/

Boas leituras, sejam elas infantis, infanto-juvenis ou para gente, dita, mais crescida.

Dia Internacional do Livro Infantil

por migalhas, em 02.04.18

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Que melhor maneira de homenagear um dos escritores infantis mais conhecidos desse universo literário que dedicar-lhe este dia tão especial, o Dia Internacional do Livro Infantil. Hans Christian Andersen era o seu nome e muitas foram as histórias para crianças que da sua imaginação ganharam vida, valendo-lhe, ainda hoje, o título de escritor mais lido em todo o mundo entre este target. Também ele nasceu neste dia 2 de Abril, mas de 1805, e entre as suas histórias mais conhecidas estão o patinho feio, o soldadinho de chumbo ou a pequena sereia, todos eles clássicos intemporais que, apesar de hoje se apresentarem com roupagens mais em concordância com os tempos que vivemos, continuam a fazer parte integrante das bibliotecas de muitos lares, ajudando a alegrar muitas e muitas crianças por esse mundo fora. Por isso, proponho que hoje se leia uma história de adormecer aos mais pequenos. Que ler ainda continua a ser a mais maravilhosa aventura em que cada um de nós pode embarcar. Boas leituras.

William Faulkner para crianças

por migalhas, em 09.06.17

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O único livro infantil escrito por William Faulkner, "A Árvore dos Desejos", já embeleza as livrarias um pouco por todo o país. Publicado pela primeira vez em Portugal, pela editora Ponto de Fuga, esta relíquia conta com as ilustrações originais de Don Bolognese. Diria que é mais um a não perder.

Novidades literárias para a miudagem

por migalhas, em 07.04.17

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Este piolho e outras sete novidades para os mais novos surgem no seguimento do Dia Internacional do Livro Infantil, celebrado anualmente no dia 2 de Abril. Este já lá vai, mas ficam as sugestões de leitura que, com certeza, irão agradar a miúdos e, falo por mim, igualmente a graúdos. Boas leituras!

 

http://observador.pt/2017/04/02/7-novidades-para-celebrar-o-dia-mundial-do-livro-infantil/

Yoga para os mais novos

por migalhas, em 24.03.17

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Porque existem outros livros que também importa realçar. Porque ensinam e educam num sentido que cada vez mais se comprova ser o correcto. Porque é importante as crianças cultivarem o gosto pela leitura desde bem cedo, mas também o é saberem que podem acompanhar essa leitura com a prática desta milenar actividade que as vai ajudar ainda mais a crescer saudáveis, tornando-se adultos responsáveis, que respeitam o mundo ao seu redor, que se preocupam com o outro, independentemente de raças ou credos, que sabem ser tolerantes, que constroem a sua auto-estima e que, mais importante de tudo, serão pessoas felizes e realizadas com a vida que escolherem. Por tudo isso, também livros como este são importantes. Fica a sugestão.

E os melhores livros infantis de 2016 foram...

por migalhas, em 06.01.17

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Aqui ficam os 20 livros infantis favoritos do Observador, referentes ao agora findo 2016: http://observador.pt/2016/12/27/os-melhores-livros-infantis-do-ano/

Porque é importante iniciar as crianças na leitura bem cedo.

Crianças e Livros

por migalhas, em 01.06.16

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Hoje, Dia Mundial da Criança, aqui ficam algumas sugestões de leitura que as vão ajudar a gostar de ler, de livros, de ilustração, de todo este fantástico mundo da literatura que, um dia mais tarde, lhes vai ser igualmente maravilhoso.

Para todas elas o meu desejo de um futuro ENORME e sempre com imensa paixão pela leitura. 

 

http://lifestyle.sapo.pt/familia/crianca/fotos/livros-infantis-que-despertam-emocoes#

 

http://observador.pt/2016/05/31/10-livros-infantis-para-o-dia-da-crianca/

Rentabilizar a leitura. Como?

por migalhas, em 03.04.16

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Participei ontem neste workshop e devo dizer que fiquei bastante satisfeito com o mesmo. Amante de livros e devoto leitor dos mesmos, passei de uma quase sofreguidão na forma como devorava livros a uma inexplicável apatia perante os mesmos, quase aversão, o que me impediu de lhes pegar por um período de tempo para lá do aceitável. Depois do que aqui ouvi e apreendi, penso que voltar aos livros e ao prazer que é descobri-los através da sua leitura pode ser um processo simples, se alicerçado na vontade e motivação de cumprir com ensinamentos partilhados por César Ferreira, Reding Coach cofundador da WIPIREADS (catálogo social que ajuda as pessoas a atingir o sucesso através da leitura) e certificado em Storytelling pela James McSill, Ltd..

Vamos pois ao trabalho, colocando em prática os passos do processo, pois a leitura que entretanto se acumulou é imensa e a fome de a devorar maior ainda.

 

Os interessados nos diversos cursos proporcionados por este especialista em leituras e no ensino de as rentabilizar, devem visitar o seu site em: www.cesarferreira.org ou pedir informações para o seu e-mail: cesar@cesarferreira.co

O prédio que não quis crescer

por migalhas, em 13.02.15

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Integrado na Quinzena da Leitura do Colégio da Torre em Oeiras, e mais concretamente no evento Maratona de Leitura, em que professores, colaboradores do Colégio da Torre e Pais foram convidados a contar uma história às crianças da escola, coube-me a mim hoje a minha vez de participar com a leitura de um antigo conto infantil meu que, a ver pela reacção dos presentes, foi do agrado geral.

Aqui fica então, para todos vocês que não puderam estar presentes e assim ouvir em primeira mão. Espero que gostem.

O prédio que não quis crescer

Aquela fieira de prédios altos e majestosos, muitos deles a tocarem os céus, só era diferente de todas as outras fieiras de prédios, igualmente altos e majestosos, por uma pequena, mínima, razão, que quase nem se dava por ela. No meio dos seus gigantes irmãos, um minúsculo prédio, quase insignificante, mantivera a sua baixa estatura, resistido à tentação de crescer, de acompanhar os seus vizinhos naquela louca corrida às alturas. E de tal forma mantivera essa sua ideia – muito à conta de uma enorme teimosia - que já ninguém sequer tentava falar sobre o assunto. Passara a ser natural para todos os outros, viver paredes meias com uma “amostra de prédio”, como ainda lhe chegaram a chamar. Provocações a que não deu qualquer importância, convencido que estava da sua ideia fixa de ser assim mesmo, pequeno. Nada o mudara antes, da mesma forma que nada o iria mudar agora. Passados os piores momentos - aqueles iniciais em que a sua teimosia muitas discussões provocara – todos viviam agora em perfeita harmonia e plenamente convencidos de que assim seria para todo o sempre. Havia, no entanto, um prédio, a alguns quarteirões de distância, que ainda hoje não se conformava com esta situação, na sua opinião, ridícula. Por que razão aquele prédio se recusara a acompanhar o crescimento dos seus irmãos? Que estranha ideia o levara a tomar tão insólita decisão? Não querendo dar parte fraca – mas remoendo aquele assunto todos os dias, durante anos a fio – o inconformado prédio, de duzentos e trinta e três andares, lá se decidiu a questionar o parente que ele próprio considerava muito afastado:

- Ouve lá, ó pequenote.

- Estás a falar comigo?

- Claro que estou a falar contigo. Vês aqui mais algum prédio a que possa chamar pequenote? – perguntava o enorme arranha-céus, agora todo encurvado como única forma de se chegar mais perto.

- Não gosto que me chamem nomes associados ao meu tamanho.

- Tudo bem, é justo. Não volto a fazê-lo. Mas há uma coisa que me tem dado a volta à telha e que gostava de esclarecer contigo.

- Muito bem, fala.

- Tem a ver com a tua altura.

- Pois que outra coisa poderia ser! – desabafou – Conta-me lá então o que é que tem a minha altura? – questionou em resposta, preparando-se para argumentar o que tantas vezes já repetira a outros curiosos como ele.

- É que é muito baixa.

- Pois é. E isso incomoda-te?

- Não, incomodar não me incomoda. Mas, digamos, faz-me alguma confusão.

- Faz-te confusão?

- Sim, faz-me confusão porque é que tu não queres ser alto como todos nós. Tu alguma vez tocaste os céus ou experimentaste a sensação única que é ver tudo lá bem do alto?

- Não, nem preciso.

- Fazes ideia da vista espantosa que todos temos lá de cima e que tu, aqui de baixo, nem imaginas?

- Mas quem é que te disse a ti que a vista que tenho aqui de baixo não é tanto, ou mesmo mais espantosa, do que a que tu tens lá de cima?

- Essa agora! Como é que isso é possível?

- Eu digo-te. Vocês cresceram, uns mais do que os outros, mas sempre com o objectivo de se afastarem cá de baixo. Tornaram-se altivos, frios, distantes e convencidos de que a vossa estatura era o que mais interessava. Mas enganam-se. Todos. O melhor da cidade está aqui em baixo, nas ruas. Porque o melhor da cidade são as pessoas e elas movem-se aqui, a dois passos de mim. Passeiam, correm, zangam-se, convivem, riem, choram, falam, tudo aqui, bem pertinho de mim. Sente-se o calor humano cá em baixo, não lá em cima. E isso sim, é o que verdadeiramente importa. Por um acaso vocês lá nas alturas têm essa visão?

- Das pessoas? Não, lá de cima elas são... minúsculas. Quase tanto como tu.

- Lá está! Percebes agora porque é que eu nunca quis crescer como todos vocês?

- Acho que sim.

- Como é que eu assistia a todo este espectáculo humano, a toda esta vida que pulsa a cada segundo na cidade, se estivesse lá no alto como vocês?

- Tens razão. Nunca tinha pensado nisso.

E posto isso, despediu-se, convencido, como todos os outros antes dele. O alto e majestoso prédio, de muitos e muitos andares, regressou à sua posição vertical, compreendendo agora as razões que haviam levado aquele pequeno prédio a recusar-se a crescer. A recusar-se a ser mais um arranha-céus vaidoso e apenas preocupado em tocar o céu, esquecendo que o mais importante, e única razão da sua existência, vive cá em baixo, com os pés bem assentes na terra.

 

FIM

um dia fui criança

por migalhas, em 01.06.12

um dia fui criança, ainda me lembro

o mundo enorme e eu insecto

e eu bombeiro e eu guerreiro e eu sempre a sonhar

era criança e tanto que não sabia e então descobria

cada dia novas metas, novas conquistas

tudo era fome, curiosidade, imediata paixão


um dia fui criança

e nunca me hei-de arrepender

do que foi aprender, de a cada dia mais e mais saber, e eu sem me aperceber a crescer

a perder contacto com aquele insecto de que a certa altura me fui esquecendo

onde ficou ele? perdeu-se e não me acompanhou nesta viagem?

gostava dele, da sua companhia, das suas ideias loucas, das brincadeiras e trapalhadas em que se metia


um louco, esse insecto

tenho saudades dele e pena que não me faça agora companhia

tem dias que bem queria, que bem me apetecia andarmos só os dois, a esquecer as regras e a fazer apenas o que é proibido

eu e ele por aí, a esquecer os crescidos, a sermos dois insectos, a sugarmos tudo de cada dia, a sermos crianças adornadas de uma imensa alegria


que ser criança é nada pedir

é existir e tudo ter de descobrir

é rir, é dar gargalhadas de coisas parvas

é deixar à roda a cabeça dos nossos pais

é esgotarmos energias até não podermos mais


um dia já fui um insecto, pequeno, irrequieto

um miúdo, uma criança, um orgulhoso analfabeto


que posso eu fazer para nunca mais deixar de o ser?

 

inédito de migalhas (100NEXUS_2011)