Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

100Nexus

TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

facebook

Começa assim "E por vezes a noite"

por migalhas, em 16.12.24

um

 

Quanto vale a tua escrita? Que peso efectivo pode ela ter

ou deixar de ter numa sociedade em que mesmo os mais básicos

valores se deterioram a um ritmo alucinante, em que a

prioridade é cada vez mais focada em bens de primeira necessidade,

em que o espectro da pobreza, da mendicidade, há

muito assombra cada um, sem olhar a credo ou a raça? Qual o

valor real de uma palavra vinda de ti, de uma frase que aches

brilhante, a todos os níveis intocável? Será que sem aquilo que

dizes e que escreves o mundo pode continuar a avançar? Será

assim tão determinante para o correr dos dias aquilo que tens

para dizer, tudo quanto passas para o papel, sejam ideias, rascunhos,

diálogos? Quem estipula o teu valor? Seja comercial,

seja meramente artístico? E mesmo esse, quem é ele? Que tem

de extraordinário ou por que possui ele essa procuração que

lhe permite avaliar o valor deste ou daquele conteúdo, deste

ou daquele pedaço de escrita? Nessa subjectividade que é analisar,

avaliar, conferir maior ou menor nota a um punhado

de folhas tingidas pelo negro das ideias que nelas se materializaram

e agora se preparam para fazer pela vida ou morrer a

tentar. Um livro será sempre um livro. As letras são as mesmas

para todos, apenas o seu encadeado varia de autor para autor,

de acordo com o enredo, a ideia, o ritmo, o estilo. É essa a

magia da escrita: encantar e surpreender com algo que está ao

alcance de todos. Terá a tua escrita o quanto lhe baste nessa

matéria? Que a teus olhos tem isso e muito mais. Mas não

quererás tu ir mais longe e um dia vires a ingressar nesse restrito

círculo dos que são amados e admirados pelo que escrevem

e o modo como o escrevem?

 

Quem pretender adquirir um exemplar, ou mais, deste meu mais recente mergulho na escrita literária, por favor proceda ao pedido nos comentário. Obrigado e Boas-Festas.

dia de lançamento oficializado

por migalhas, em 23.11.24

PRINT_A3VERTICAL_MIGUELSANTOSTEIXEIRA_ALFRAGIDE-1.

 
Oficial.
Agora é contar com a vossa disponibilidade. Escusado será dizer que a vossa presença nesta data não só é crucial para o sucesso deste livro, como também para a possibilidade de futuras outras acções de promoção do mesmo. Ajudem-me a encher o auditório desta Fnac, venham daí e façam acontecer magia.
O meu obrigado a todos(as).

Lançamento confirmado

por migalhas, em 14.11.24

lanclivro.jpg

A confirmação que faltava.

Agora só fica a faltar a vossa presença, algo que muito me encheria de alegria.

Quem quiser e puder aparecer nesta data, lá me encontrará a tentar dar o melhor num evento que, espero, seja, não do tamanho da minha altura mas sim, do tamanho dos meus sonhos.

Conto convosco?

Uma original narrativa de ficção, agora ao vosso dispor.

por migalhas, em 09.11.24

E por vezes a noite_img_geral.jpeg

Ele aí está!

Disponível nas principais plataformas de comércio de livros, onde se inclui a Fnac, Bertrand, Wook e o site da própria editora, a Cordel de Prata.

Em qualquer uma delas podem adquiri-lo e lê-lo, pois gostaria imenso de ter reacções a mais este meu tomo pela literatura, neste caso em forma de narrativa de ficção.

Conto com quem me segue por aqui e agradeço igualmente a divulgação, pois quando somos "desconhecidos" do grande consumidor tudo o que possa auxiliar a contrariar essa situação é sempre bem-vindo.

Obrigado a todos(as) e espero sinceramente que gostem deste meu "E por vezes a noite".

Aguardo as vossas críticas.

E por vezes a noite

por migalhas, em 04.11.24

3.jpg

O meu mais recente livro encontra-se já à venda na Bertrand, Wook e muito em breve na Fnac.

Também para dia 1 de Dezembro, às 20h00, está agendado o lançamento desta obra na loja Fnac de Alfragide. Em breve darei notícias mais detalhadas para quem queira aparecer e comigo partilhar este momento especial.

Sinopse:

Existe um livro.

Alucinante e belo, que a todos fascina, a todos impressiona, mas quem o escreveu?

Um autor de sucesso, caído em desgraça, tenta a salvação agarrando-se a esse guião sem dono. De um lado a tentação, de outro o peso na consciência. Que caminho seguirá e onde o levará tal decisão?

No entretanto, outro livro se interpõe: o livro da vida. Onde os actores desta história somam capítulos de breve felicidade, de imenso pesar, de tanta dor, a páginas tantas superada ou, querem eles crer, esquecida.

E a cada dia segue a noite. Conselheira, amante dos amantes, ela segreda, revela, oferece a força e o alento para continuarem a navegar o revolto mar que é a vida.

Prémio Nobel da Literatura 2024

por migalhas, em 11.10.24

462554619_1467672537230935_8097792138145682712_n.j

Han Kang nasceu em Gwangju, na Coreia do Sul. Em 1994 começou a sua carreira de escritora vencendo o primeiro lugar de um concurso literário em Seul. A Vegetariana, o seu primeiro romance publicado pela Dom Quixote, ganhou o Man Booker International Prize em 2016. Atos Humanos venceu o Prémio Manhae na Coreia do Sul e o Prémio Malaparte em Itália. A obra seguinte, O Livro Branco, foi, em 2018, finalista do Man Booker International Prize. Han Kang recebeu ainda os prémios literários Yi Sang, Jovens Criadores, Melhor Romance da Coreia, Hwang Sun-won e Dongri. Foi professora no Departamento de Escrita Criativa do Instituto das Artes de Seul e dedica-se atualmente apenas à escrita. Está publicada em mais de trinta línguas.

Fonte: Wook

E fica aqui também esta certeza: 

O mais recente romance da escritora sul-coreana Han Kang, "Despedidas Impossíveis", vai ser publicado ainda este ano em Portugal pela Dom Quixote, que tem editado a obra desta autora.

"Despedidas Impossíveis", que venceu no ano passado o Prémio Médicis, em França, ‘ex-aequo’ com "Misericórdia", de Lídia Jorge, é um romance que transporta o leitor através de uma viagem pela Coreia do Sul contemporânea e pela sua dolorosa história.

Fonte: RecordEuropa

Não me peçam para falar em público

por migalhas, em 29.08.24

Não me peçam para falar em público

Por favor, suplico-vos

A exposição faz-me mal

A ribalta não é para mim

 

Não se arrisquem

não se sujeitem, e a mim também

Ali exposto, a vós, aos mortos, aos espíritos dos antepassados

Entre a espada e essas quatro paredes que me comprimem o peito

Retalham a respiração, me toldam a visão

 

Se ainda se mutilassem

Todos vós os olhos arrancassem, os ouvidos perfurassem, a língua cortassem

As mãos, sim as mãos, que para tanto servem, decepassem

Se por igual se despissem, todos, nu integral, como ao mundo vieram

Se assim diminuídos a sala abandonassem, em romaria, como quem, afinal, não queria

assistir a esta porcaria!

 

Ainda assim evitaria

Não, recusaria!

Determinantemente! Uma e outra vez

 

Que em público mudo sou e já não mudo

Estou bem assim, como estou.

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

É tempo, sabe-se lá de quê.

por migalhas, em 27.08.24

É tempo de sentirmos frio

            mas quem nos abraça é o calor!

É tempo de brilhar a chuva

            mas quem actua é o astro sol!

 

É tempo de dias cinzentos

de nuvens escuras, céu carregado

depressões, constipações

urgências à nora, por todo o lado

 

Mas o que se vê são esplanadas cheias

areais de gente feliz em fato de banho

esquece lá as botas e as meias

viva a vitamina B12, abaixo o ranho!

 

Acabou o tempo com rótulo

Já nada é o que deveria

Andamos ao sabor da maré

Nós, os responsáveis por esta anomalia

 

Assobiámos para o lado por tempo demasiado

Virámos as costas às evidências

Quisemos tudo sem olhar a meios

Resta-nos agora as consequências

 

Fizemos trinta por uma linha

Desrespeitámos a natureza

Deixámos o planeta feito num oito

Para vivermos hoje esta incerteza

 

Rezem agora, rezem

Que deus algum nos vai ajudar

Vestimos a pele do diabo

E é com ele que vamos acabar

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

Ser vento

por migalhas, em 23.08.24

Afago o vento

Que por entre os dedos se esvai

Ser dócil enquanto brisa

Tumultuoso em vendavais

 

Vais onde, oh endiabrado!

Nesse teu rumo libertino

Obstinado, ritmo cadenciado

Dono e senhor do teu destino

 

Tu que não tens pernas, nem pés

Mas corres à velocidade que te apraz

De ponta a ponta, de lés a lés

Onde queres, vais

E a todos te dás

 

Tu que não te quedas por barreiras

Tu que personificas a liberdade

Tu que não conheces fronteiras

Nem tão pouco se te conhece a idade

 

Moderado, és forte, és vendaval

És como mais nada, assim igual

És fúria rebelde em movimento

És tudo em todo o lado ao mesmo tempo

 

És tu a ser vento                                            

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2023)

mulher com filhos

por migalhas, em 21.08.24

mal tem filhos, a mulher desliga o vínculo de intimidade que até então mantinha com o seu companheiro

como se dele esperasse apenas a continuidade sua em forma de criança e nela se visse e passasse a integrar em permanência

quanto ao homem, resta-lhe a esperança de dias em que ela sobre ele relembre o antigo desejo e nele ainda veja quem capaz de lho saciar

que depois segue-se a terceira idade e daí para diante o que era mendigues, moribundo se torna de vez

então já na mão de netos e bisnetos, da prole que do sexo se perfez e que, involuntariamente, o aniquilou de vez.

 

© Copyright Miguel Santos Teixeira (2014)