por fim
por migalhas, em 16.11.23
num último acto de respirar
instantes antes de se apagar
o corpo inerte abrandou
e nessa pausa indagou:
retalhada esta manta
como se unem as pontas, as soltas e as outras?
com que ponto, com que linha?
que eu estou no fim da minha
aqui me quedo, já sem voz activa
trapo sem remendo, farrapo rasgado
de ti solto amarras, vida passiva
agora, por fim, aliviado
© Copyright Miguel Santos Teixeira (2013)