Dizem que, para o mês de Março, as editoras apostaram em força na não-ficção. Seja como for, para todos os gostos há-de haver sempre novas e mais antigas leituras capazes de nos fazerem esquecer um pouco este mundo e servirem assim de bilhete de entrada nesse outro que é sempre tão mais deslumbrante e apetecível. Vamos a ele, ao mês da Primavera e dos dias maiores e de mais sol, sempre na boa companhia dos livros. A todos um excelente mês, de leituras ainda melhores.
A conceituada editora britânica Bloomsburyirápublicar em Junho próximo edições especiais comemorativas do 20ºaniversário da edição de "Harry Pottereapedrafilosofal", da autora J.K.Rowling.
Serão quatroversõesdolivro,cadauma alinhadacomumadasquatroCasas Hogwarts: Gryffindor, Ravenclaw, Slytherin e Hufflepuff. DesenhadoporLeviPinfold, cada capa ostentará o brasão da respectiva casa, havendo versões de capa rija e de capa mole, estas últimas integralmente nas cores de cada uma das casas.
De recordar que "Harry Pottereapedrafilosofal" foi publicado em 1997 pela Bloomsbury, tornando-se num dos livros mais vendidos de todos os tempos e que teve ainda o condão de despoletar um fenómeno editorial mundial sem precedentes.
E se de repente alguém, que mais não é que um zé-ninguém, resolvesse registar em diário o seu pacato dia-a-dia? Um tipo comum, tipo eu, que pegava agora num diário e de hoje em diante lá escrevia o pouco ou nada de interessante que preenche os seus dias quase sempre iguais e depois seguia por aí fora, tentando imortalizar esses momentos comuns aos de milhentas outras pessoas, mas estes registados pela escrita. Foi isso que pensou este Charles Pooter
«Não consigo perceber por que razão - lá porque não me calhou ser alguém - o meu diário não seria interessante. Só me arrependo de não o ter começado quando era jovem»
dando assim vida, a partir de finais do século 19, a um relato épico de uma vida pouco ou nada interessante. Assim se pode descrever este livro, no qual Charles Pooter, a meio caminho da vida, decide começar a registar num diário os acontecimentos do seu dia-a-dia. É um homem de ambições modestas, satisfeito com o seu modesto emprego e a sua modesta mulher, menos satisfeito com o seu filho estouvado e os seus amigos impertinentes. No diário, anota as idas ao talho, a dificuldade de consertar o alpendre, o preço da engomadoria, as crises da criada, os devaneios da mulher, as tolices do filho, os serões de convívio com os amigos, a magnanimidade do patrão. Uma vida normal muito digna de nota, já que este zé-ninguém se tornou uma personagem cómica imortal, satirizando a classe média suburbana londrina do século XIX.
Irrepreensível a nível gráfico, pois no que concerne às obras nada há igualmente a apontar, a colecção Os Livros Estão Loucos, da editora Guerra & Paz, vem abanar o mercado literário com um conjunto de livros pensados exclusivamente para os leitores mais jovens. Ou seja, grandes clássicos da literatura adaptados aos jovens, ou, se quisermos ir ainda um pouco mais fundo, histórias de sempre numa linguagem de hoje, capaz de cativar a atenção de quem tanto tempo dedica a ecrãs das mais variadas polegadas. Os três primeiros volumes já estão à venda nas livrarias e até ao final do ano iremos ainda ser presenteados com Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, e Frankenstein, de Mary Shelley. Um duplo prazer, esta colecção, que assim reúne o melhor de dois mundos: Belas obras com uma apresentação notável. Voltemos a elas?
O livro do escritor angolano José Eduardo Agualusa, “Teoria Geral do Esquecimento”, editado pela Dom Quixote em Portugal em 2012 e que já havia sido, em 2016, finalista do Man Booker International Prize, foi agora distinguido com o prémio literário internacional de Dublin, pela tradução inglesa desta sua obra. Esta conta a história de uma mulher que fica presa na sua casa em Luanda no período de transição entre o colonialismo e a independência e que procura sobreviver “ao medo do outro, ao absurdo do racismo e da xenofobia”. Mais uma boa razão para o ler, ou reler. Parabéns a ele e, uma vez mais, à literatura de língua portuguesa.
Este piolho e outras sete novidades para os mais novos surgem no seguimento do Dia Internacional do Livro Infantil, celebrado anualmente no dia 2 de Abril. Este já lá vai, mas ficam as sugestões de leitura que, com certeza, irão agradar a miúdos e, falo por mim, igualmente a graúdos. Boas leituras!
É o que tudo indica, a ver pelo que nos diz este artigo do Público: https://www.publico.pt/2017/01/05/culturaipsilon/noticia/as-apostas-de-2017-nos-livros-1756953
Paul Auster é um dos visados, mas destaque também para a editora Elsinore que nos vai trazer a obra vencedora do Man Booker Prize e do National Book Critics Circle Award, The Sellout, de Paul Beatty.
Muitas e boas perspectivas literárias nos aguardam neste ano de 2017. Assim se confirmem, é o que nós, leitores, esperamos.
A editora Polvo continua empenhada em fazer chegar até nós exemplos da melhor BD que por esse mundo fora se vai produzindo. Desta feita a aposta recai sobre um velho herói do farwest TEX, que através desta Tempestade sobre Galveston, de Pasquale Ruju (argumento) e Massimo Rotundo (desenho), se apresenta numa edição em formato gigante, com capa dupla, especial para colecionadores. Esperemos que seja o primeiro de muitos.
Embora o mês de Junho tenha muitas outras distrações, como a Feira do Livro de Lisboa e as festas populares, nem por isso as editoras abrandaram os seus lançamentos. Saiba aqui
Após o sucesso da edição de 2015, a Chiado Editora reeditará este ano a iniciativa "Um Livro Num Dia", na comemoração do Dia Mundial do Livro a 23 de Abril, sábado.
Autores reconhecidos, escritores emergentes ou meros sonhadores, podem participar na edição ao vivo de “Um livro num dia”.
Neste dia, a partir das 09h00, a Chiado Editora vai montar um escritório móvel na Praça Luís de Camões, em Lisboa, onde o público pode apresentar os seus textos originais de forma a integrarem esta edição especial. Os contos devem ser entregues em formato digital (PEN), com um limite de 2.000 caracteres, até às 12h00.
Nenhum texto será admitido antes das 9h de dia 23 de Abril. Todas as etapas do processo de Edição de um livro terão lugar a 23 de Abril e à vista de todos.
Todas as fases de construção do livro podem ser acompanhadas in loco, desde a revisão à paginação e design da capa e, às 13h00, o livro segue para a gráfica. Ao final da tarde (18h30), regressa ao mesmo local, onde 1.000 exemplares da obra serão distribuídos gratuitamente ao público.
O livro ficará então disponível para compra em www.chiadoeditora.com e, no dia seguinte, entrará no circuito comercial podendo ser adquirido junto das maiores lojas.
Durante a tarde, o escritório mantém-se aberto, em modo OPEN OFFICE DAY, proporcionando a todos os que passem pelo espaço a oportunidade de conhecer os meandros do trabalho editorial, conversar com os nossos Editores e colocar todas as suas questões, dúvidas, sonhos, projetos, etc.
Edição ao vivo de “Um livro num dia” – Chiado Editora
23 de Abril, Dia Mundial do Livro
Praça Luís de Camões, ao Chiado, Lisboa
09h00-12h00 :: Entrega de textos originais, revisão, paginação e design de capa
13h00 :: Livro dá entrada na Gráfica
14h00-18h00 :: Open Office Day
18h30 :: Lançamento do livro e distribuição gratuita de 1.000 exemplares do livro.
Uma iniciativa que se aplaude, na sua segunda edição. Participem!