Palavra genuína
por migalhas, em 03.09.07
As palavras escorrem-se-me
Esvaem-se-me
Não como paus mandados do que lhes é imposto
apenas com a finalidade de agradar
Num cocktail de serventia oferecido por uma mente formatada à imagem estereotipada da sociedade
Mas como carrascos
Como animais selvagens, afoitos, cansados de bajular
Porta-vozes de um íntimo que se revela sem medos
Que não se espelha na realidade que habita
Naquela em que apenas transita
Num transbordo que faz a ponte
e que é também ele ponto de partida para onde tudo se realiza
onde a palavra genuína é a eleita
sem temor ou pudor daquilo de que é feita