Labirinto
No labirinto em que me movo
Guiado pela vontade em o contornar
Sabê-lo dominado e dele não mais ouvir falar
Faço minhas algumas palavras
De quem dele se abeirou e tomando-lhe o pulso
Soube que era imenso, difícil de imaginar
Perdi o norte, não sei as horas
Nem que parte do dia me abraça
Sei que sou eu mesmo, ainda que alterado
Uma amálgama de gente feita
Um ser cansado, por demais cansado
E à vida brava fatalmente algemado
Tendo a ser uno com cada dia
Pois deles depende a minha insanidade moribunda
Fugaz a existência
A aparência do que se supõe real mas que de real pouco tem
Parece que é mas não é
Como aos poucos se entende, ou talvez não
Somos um, somos muitos, bravos heróis
Lançados à fera que é esta estada
Esta permanência por parte sempre incerta
Como incerta é a hora que passa
Sem rumo definido, nem caminho traçado
Resta a espera
Infinita espera
Por quê?
Existe razão?
De que dependo, dependemos
Para ser, sermos
Um, todos, reais heróis de um mundo a vibrar por nós
Hoje tudo se confunde
Por que tarda a resposta
Atrasada, como sempre
Mas que não se confunda
Resposta concreta com semelhança profunda
Pois ser não é parecer
E é dessa garantia que tudo depende
Inclusive eu, nós, quantos se aventuram a viver
E esse imenso labirinto tentar perceber