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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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O nosso jeito de ser

por migalhas, em 19.06.07

Por aquilo que se tem visto, de cada vez que há falhas graves ao nível da segurança, o ser humano tem uma tendência clara para se tornar agressivo, diria mesmo, perigoso para os demais da sua espécie. Havendo uma catástrofe, que requer a presença das forças da lei na ajuda possível, seja de resgate de vítimas, de ajuda às populações ou outras, depressa meia dúzia de desordeiros dedicam o seu tempo a vandalizar lojas com o propósito de roubar tudo o que lhes for possível. E se a coisa começa com uma meia dúzia, depressa alastra a quantos se vão apercebendo que a ocasião faz, de facto, o ladrão. E vai de pilhar, pilhar, até que cheguem as forças da lei para a ordem pública restaurar. Mas, entretanto, já muito foi subtraído, destruído, a cinzas reduzido. Por isso me questiono se numa hipotética situação análoga, não responderíamos todos da mesma forma. Quantos de nós não se deixaram já tentar e aproveitaram um momento de distracção alheia para roubar uma coisita que fosse? A adrenalina dispara e a sensação de êxito, de ter conseguido iludir a autoridade, supera qualquer receio, por maior que ele possa ser. É um pouco o desafiar das leis, o ir contra o que está estabelecido, que é regra. E vai daí, subvertemos a ordem das coisas e assumimos uma postura, dita, marginal. Se se diz a uma criança que ali não se mexe, ela automática e instintivamente selecciona esse como o primeiro local a visitar, mal a guarda que lhe é movida apresente a mais pequena brecha. A lei existe no papel, mas é a presença física da autoridade, que sabemos real, que nos mantém a todos civilizados. Que permite uma existência ordeira e em sociedade. Certas figuras são pois essenciais no nosso dia-a-dia e muitas das vezes nem repamos nelas ou na importância da sua presença. Passam despercebidas, expondo a sua importância somente no momento em que são chamadas a intervir. Figuras como a do bombeiro, do polícia, do nadador salvador, do segurança, estão lá, supostamente a olhar pela nossa segurança. E talvez por isso, por que representam a lei, a autoridade, são vistas como figuras distantes, que não merecem a nossa atenção. Errado. Uma simples palavra, a saudação, uma mensagem de apreço, é sempre bem recebida e motiva a continuarem as suas funções, quantas das vezes desempenhadas em condições adversas. Um pequeno gesto, que a nós nada custa, é muitas vezes o suficiente para animar o dia de alguém que está ali apenas por nós. Apenas por que o enigmático ser humano tem aquela necessidade doentia de ser constantemente alvo de observação, tudo para que não se entusiasme e passe a ténue linha que nos separa dos outros animais, os irracionais, os selvagens, que criticamos amiúde mas que, havendo oportunidade, não nos coibimos de imitar.  

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