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Entre as mãos de uma criança

por migalhas, em 01.06.07

Hoje, dia primeiro de Junho, é também o dia internacionalmente dedicado às crianças. Às crianças de todo o mundo, das mais carenciadas às que têm o privilégio de poder viver de forma livre e sem privações de qualquer espécie. É um dia, mas deviam ser todos. A causa justifica. Por que parar para pensar nas crianças apenas hoje, se diariamente elas são vítimas gratuitas de todo o género de maus tratos? Veja-se o caso sobejamente conhecido das crianças chinesas, que, ora são alvo de trabalho infantil, ora vivem sob uma pressão académica tão forte e com uma carga horária de actividades de tal forma brutal, que chega a afectar o horário do próprio sono, bem como a disponibilidade para poderem gozar a sua infância da forma que seria desejável. Até agora pura e simplesmente esquecidas ou ignoradas, têm, a partir precisamente de hoje, garantido por lei o direito a dormir e a brincar.

«As crianças devem ter tempo para dormir, divertir-se e praticar desporto», diz-se agora por aqueles lados, como se de um grande feito ou extraordinária descoberta científica se tratasse. Finalmente alguém se apercebeu que as crianças chinesas deveriam ser como as do resto do globo. Com direito a beneficiarem dos mesmos direitos básicos, de algo tão natural e óbvio que só aqueles olhos semicerrados dos dirigentes chineses nunca conseguiram (ou quiserem) distinguir até hoje. Só por isso, este dia especial já é uma vitória. A mostrar que, afinal, ainda mostra ter algum significado e força por esse mundo fora. Pena é que seja apenas um dia. Quando as crianças que vivem em condições desumanas são aos milhões. Se a tradição chinesa, conhecida pela sua ideologia fechada, obstinada e pouco atreita à mudança, sofreu esta mutação de todo radical, será assim tão difícil de imaginar uma alteração global de mentalidade idêntica face à população infantil e a todo o valor e importância que a mesma representa face ao futuro? Penso que tudo reside na vontade de querer mesmo fazer acontecer. De parar com os discursos e palavras vãs e passar aos actos concretos. Materializar o sonho de quantos acreditam que ainda é possível. Pois que eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida. E que sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança.

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