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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Afazeres

por migalhas, em 12.04.07

Daqui sigo para ali, se tudo correr bem por lá permaneço uns tempos - não muito, pois tenho de regressar àquele outro local, o ponto de partida -, mas conto um dia lá voltar, quem sabe. Regressado, fico por um período indeterminado, pois sei que tenho de me deslocar até acolá para fazer algo que ainda não decidi bem, mas que tem de ser feito. E é melhor que seja agora do que mais tarde, pois nunca se sabe quando voltarei a ter tempo ou disponibilidade para o fazer. É que isto de planear não é tarefa fácil. Fácil é viver sem agenda, sem esquemas e marcações a serem feitas a compasso ritmado. Agora isto, depois aquilo, sempre num contínuo interminável, tal e qual uma espiral que volta e meia nos relembra que não há tempo a perder e o caminho é em frente. E de pensar que a causa de todo este cenário somos nós próprios. Mas isto não dá para ficar aqui na conversa, pois ainda tenho muito que lhe dar hoje. A determinada hora largo daqui, vou até um outro espaço para fazer o que o tempo disponível me permitir. Pois que enquanto aqui estou, a protagonizar tarefas que não são compatíveis com essas outras, não tenho possibilidade de o fazer. É assim a vida, sempre em corrida, acelerada por norma, de um lado para o outro, a pensar no que se vai fazer enquanto se faz qualquer outra coisa, igualmente urgente, igualmente inadiável. Pois que tudo o é, à excepção do que deveria realmente sê-lo, pois é o mais importante, tipo a família, os amigos, o investimento numa qualidade de vida que nos foge por entre os dedos. Tudo nos escapa, de nada somos possuidores. Urgente mesmo é viver cada segundo que nos é concedido, mas que desperdiçamos em invenções que depois só contribuem para mais e mais infelicidade, desilusão, sensação de vazio. Por que não largar tudo da mão, deixar para trás aquilo que é invariavelmente igual e partir à descoberta da vida como ela realmente é, ou deveria ser, para cada um de nós. Mas o medo de falhar aos compromissos é maior. De não estar à altura de assumir as responsabilidades que ficam bem aos olhos dos demais e nos garantem permanência na dita sociedade. Por isso são poucos os que dão esse passo em frente e resolvem viver longe desta prisão que é cada dia da nossa inócua existência. Espero um dia poder seguir-lhes as pisadas. Era bom. Como num sonho feito realidade e do qual nunca mais tivesse que acordar.

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