O que os meus olhos viram
A semana em Londres já lá vai. Correu veloz, assim como veloz foi o ritmo que imprimi aos muitos passeios que por lá dei. Entenda-se este veloz, dentro dos limites possíveis face à constante presença de um carrinho de bebé que, com o respectivo a bordo, nos seguiu por ruas e vielas londrinas na busca de toda e qualquer novidade relevante. Que, a bem dizer, eram quase todas. Retenho a movimentação das muitas massas que por ali habitam, trabalham, passeiam, num ritmo de todo fora do comum para um mortal tuga. Se contabilizarmos que só naquela cidade habitam tantas pessoas como as que se espalham pela área total do nosso país, dá para ficar com uma ínfima ideia do que é enfrentá-los a todos em cada rua, em cada esquina. Depois existe tudo o resto, que não sendo muito diferente de Lisboa, o é em dimensões. Quer-se dizer, por ali tudo é em grande, mesmo na ausência de arranha-céus, o que só beneficia a cidade. Edifícios que são autênticos monumentos, numa traça que se perpetua e que mais não faz que embelezar um todo harmonioso, a servir de exemplo a muitas outras cidades, onde se inclui a nossa Lisboa. Não quero comparar e olhar os aspectos negativos da nossa cidade, face à sua congénere britânica. Nada disso. Até por que muito dificilmente trocaria uma pela outra. Compreendo agora muito melhor a ânsia dos brits pelo sempre tão ansiado sol e respectivas temperaturas amenas. Se com apenas 4/5 graus eles, e principalmente elas, já quase que se despem sem qualquer tipo de pudor, imagino com mais meia dúzia de graus em cima. Realce ainda para o bom gosto das indumentárias, de um tom sempre fashion que se respira e se saúda, e do à vontade com que cada um se assume, num claro contraste com a importância que por cá ainda se vai dando ao aspecto com que cada qual se apresenta. Foi uma semana de intensa actividade turística, que essencialmente serviu para acrescentar currículo ao circuito das cidades que são já do meu conhecimento e onde Londres assume uma posição cimeira, sem margem para quaisquer dúvidas. A ver vamos qual será a próxima, sabendo de antemão que muitas existem ainda neste meu Portugal a merecerem uma visita. Isto por que, segundo opinião minha, é muito mais gratificante dedicarmo-nos a conhecer o que de bom existe lá por fora, após um conhecimento profundo do que possuímos cá dentro. Mais que não seja para evitar comparações, que, depois, nos arrependemos de proferir, apenas por desconhecimento. É que se existe algo que também temos em fartura, são cidades, vilas, aldeias, lugares e lugarejos deslumbrantes, quase sempre adornados com a presença imprescindível do sempre aprazível sol e a vantagem da proximidade do mar, o que perfaz um cenário atraente a todos os níveis. Que o digam os bifes. Que constantemente nos procuram e por cá vão deixando a imagem errada do que é ser inglês. Pelo menos daquele originário da Londres que agora acabei de conhecer.