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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Como um nó

por migalhas, em 27.02.07

Olhar, ver, observar. Atentar nos movimentos alheios, nos gestos de quem nos rodeia a toda a hora, das suas acções. Olhar nos olhos a angústia que nos consome como uma refeição ligeira. Sem modos, cruel, brutal na sua forma simples, quase ridícula de tão comum. Nada se move ou por nós clama. Ou se calhar é a voz do silêncio que numa frequência quase audível nos sussurra um desvio no circuito diário. Um atalho alternativo, um momento de paz, de isolamento, na intimidade do que apenas é meu e apenas a mim concerne. Não quero olhar com olhos de raiva, de uma ira que não o pode ser, mas que se quer intrometer, por vezes de surpresa, deixando-me sem jeito pois não sou eu, mas ela que me governa. O purgatório pode até ser coisa boa, pois permitia-me aliviar deste peso que carrego e que me faz encarar até os dias mais felizes com a névoa do desgosto. Momento fugaz, a felicidade recua de cada vez que me atravesso ao seu caminho e assim caminho só. O sol brilha, resplandecente, mas é nevoeiro que vejo, a penumbra dos dias que me cerca e nunca rompo a barreira de cerradas nuvens. Não é um céu azul e desimpedido aquele que me acolhe a cada dia. Não o é, nunca o foi. O que sempre assim foi, desde o minuto um, desde que me lembro de ser, foi esta tristeza, impregnada de dor, de sentimentos que não me fazem quebrar o gelo deste coração que sei bom, mas que evito partilhar. Não sorrio, nem um esboço. Hoje é apenas a cópia do meu sempre. Eternamente angustiante.

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