Em vésperas de somar mais 1
Mais um dia, é certo que os estou a somar hoje assim como os somo todos os dias. Mas somar mais um ano, atravessar aquela fronteira que me coloca em definitivo na casa dos “entas”, isso só depois da meia-noite de hoje. Quando as 12 badaladas derem entrada ao dia 24, aquele mesmo 24 que no já longínquo ano de 1966 do século passado me viu nascer para a vida, para o mundo, para a eternidade? Seja de que forma for, a minha marca está impressa e orgulho-me daquilo que até agora protagonizei, com mais ou menos valor. Afinal de contas sou humano, como toda a gente, e nem só de coisas más se compõe a minha existência. Amanhã não serei outro, diferente do que fui até agora, mas continuarei a ser o eu de sempre, acrescentado de mais uma vela no topo do bolo. Não fosse uma dor ou outra, um contratempo ou outro, uma impossibilidade ou outra (e não, não pensem que é a esse nível, pois nesse campo continua tudo devidamente activo), e acreditem que não me identificaria minimamente com estes 41. Parece coisa de gente adulta, minada pela responsabilidade, gente séria, obstinada pelo deve e haver. E eu, face a este cenário, não sinto o peso de quarenta e uma primaveras. A sério que não. Até me chega a soar a estranho em determinadas situações, afirmar que sou senhor desta profícua idade. Talvez seja a prova provada de que, afinal, a idade não conta mesmo para nada. É tudo psicológico e o que vale na realidade é a mente. E a minha, a ver pelo que me transmite, mente e muito bem, pois não me sobrecarrega com o fardo da idade que, na realidade, possuo. Mas chega de conversa. Amanhã será um novo dia e a partir dele contarei mais um. Mais um dia, mais 365 dias, mais um ano. Que daqui por outros 365 esteja aqui a escrever umas linhas, ainda detentor de todas as minhas capacidades, de excelente saúde e na companhia dos que mais amo, é aquilo que eu mais desejo. 41? Vamos a eles!