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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Mas que dia é hoje?

por migalhas, em 14.02.07

Podia dedicar este espaço a formular uma melosa declaração de amor que derretesse até o mais empedernido dos corações. Podia. Mas não vou. Vou antes alertar para algo que possivelmente muitos dos apaixonados que se perdem neste dia com falinhas mansas nem sequer desconfiam. Tirem pois os cavalinhos da chuva (e é bem possível que caia alguma neste dia), aqueles que julgam que o dia de São Valentim a ele pertence em exclusivo. Nada disso. Neste mesmo dia têm lugar outras 3 comemorações que a mim me deixam algo incrédulo, não tanto pelos temas em causa, mas pela coincidência das datas. Então não é que neste mesmo 14 de Fevereiro se comemoram igualmente o Dia Nacional do Doente Coronário, Dia Nacional da Luta Anti-Alcoolismo e Dia Europeu da Disfunção Sexual?

Se o primeiro (Dia Nacional do Doente Coronário) ainda se compreende, mais que não seja como alerta para os pinga-amor mais incautos dos perigos que uns excessos podem representar para as suas “bombas”, já os outros dois me parecem de todo “deslocados”. Associá-los ao dia, por norma, dedicado ao amor incondicional, à paixão na sua forma mais avassaladora, mais parece brincadeira de gosto duvidoso.

A não ser que se entenda o Dia Nacional da Luta Anti-Alcoolismo como forma de prevenir os corações que, a seu tempo, serão quebrados, o que consequentemente levará os seus portadores a encontrar consolo no álcool, ou o Dia Europeu da Disfunção Sexual como forma de provocar o, já de si natural, desânimo naqueles para quem o desejo sexual nem mesmo num dia como este se eleva a níveis considerados satisfatórios.

Seja por que razão for, passo a sugerir aquelas que considero serem as mais adequadas declarações de amor para cada um dos visados por cada uma destas efemérides.

 

Assim, para quem celebra o Dia Nacional do Doente Coronário, recomendo algo do género:

“Minha querida.

Neste dia não te entusiasmes em demasia comigo. Acautela esse teu coração, controlando o bombear que o faz vibrar sim, mas nunca em demasia. Pois eu não mereço que morras por mim. Até por que, depois, com quem iria eu comemorar o próximo S. Valentim?”

 

Para os que se identificam com o Dia Nacional da Luta Anti-Alcoolismo, seria algo mais ou menos assim:

“Minhas lindas.

Não existem duas como tu. Que mais poderia um homem desejar, do que duas beldades como tu a tempo inteiro? E se, por vezes, te açoito, isso mais não é que o meu amor, que bate assim, leve, levemente, sempre a chamar por ti. Bebo a isso! A um amor movido a álcool, para bem do ambiente.”

 

E, por fim, para os que só de pensarem no Dia Europeu da Disfunção Sexual lhes apetece regressar aos saudosos 20 anos, aqui fica a minha sugestão:

“Meu amor.

Longe vão os tempos em que os meus dias eram como os interruptores: uns para cima, outros para baixo. Hoje, são todos iguais, todos para baixo. Eu sei como isso pode ser frustrante, meu amor. Mas acredito, tenho fé, que o amor, o nosso amor, compense tudo isso, sendo, para toda a eternidade, um amor sempre firme, sempre hirto.” 

 

PS: Foi este agrupamento de palavras soltas que me valeu o passatempo da Rádio Marginal do Dia de S. Valentim (o Dia dos Namorados, remember?).

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