Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

100Nexus

TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

facebook

Só o ano é novo

por migalhas, em 02.01.07

O ano é novo, mas nada mais.

Nem as intenções, nem os desejos, nem os sentimentos, nem as pessoas que os vestem.

Do que julgamos conhecer ou supomos assim ser, já novidade alguma transparece. 

O ano é novo, mas nada mais.

Tudo é recorrente, tudo é mais do mesmo a que atribuímos um rótulo diferente.

Vivemos na repetição dos dias, que se sucedem ao ritmo de um relógio viciado que nos turva a visão de uma realidade que não esta.

O ano é novo, mas nada mais.

As acções, sempre as mesmas, deixam-nos presos os movimentos, o corpo adormecido, a mente anestesiada por imagens que passam em replay, numa televisão que nunca se desliga. Nem eu. Sempre atento, embora já nada exista para atentar.

O ano é novo, mas nada mais.

Nem a música, que se ouve em fundo num palco vazio de actividade onde eu me sinto perdido a cada peça que sobe à cena e por ela se arrasta.

As figuras, os papéis, as personagens, tudo se move como assombrações que efectivamente são. Pois já nada é novo.

Nem mesmo o cenário, o pano de fundo estafado que agora apenas se deteriora.

Olho-me no espelho e observo que nada mais é novo.

Senão o ano.

1 comentário

Comentar post