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Tempo de conversa

por migalhas, em 09.08.06

Hoje está calor. Muito calor. Mas já ontem esteve e, muito provavelmente, também amanhã estará. Mesmo sendo esta a maior das realidades que vivemos presentemente, a verdade é que este tópico congrega em si o monopólio das conversa e das discussões - mesmo das menos acaloradas – tidas pela generalidade das populações. Como se fosse filho único, mimado e sobre quem todas as atenções ainda soam a pouco. Como se não existisse qualquer outro assunto digno de alternativa viável ao raio do calor que se faz sentir. Aliás o tema tempo, aqui na sua vertente meteorológica, sempre serviu de grande desbloqueador de conversas, de conversa de ocasião ou de pretexto para meter conversa com esta ou com aquela pessoa mais interessante. Referir o tempo que faz e dele fazer trampolim para muito mais do que dois dedos de conversa, sempre foi um truque muito usado por quem não possui plano melhor para se adiantar no terreno, em claro fora-de-jogo posicional. Seja no Verão, seja no Inverno, falar do calor, do frio, do tempo ameno ou das folhas que cobrem o chão por culpa dos ventos do Outono, nunca pareceu mal e há mesmo quem o considere um óptimo tema de arranque e excelente fio condutor de conversa, que depois pode mesmo progredir para temas mais elaborados e complexos como as monções, as formações nebulosas ou mesmo a disposição dos astros e das estrelas no céu. Quantos e quantos romances não terão tido o seu pontapé de saída numa observação mais atenta da localização das Três-Marias no típico céu estrelado de uma noite de Verão? Quantas e quantas crianças, que hoje já se deslocam pelos seus próprios meios, não terão sido fruto de um frio intenso que subitamente varreu o continente e que foi alvo dos mais variados comentários? De opiniões coincidentes quanto ao facto de que, face ao rigor dos dias de Inverno, o calor humano pode ser uma excelente solução para lhe fazer frente. Como tema, é, de facto, dos mais prolíferos. Seja num elevador, seja num meio de transporte, seja à mesa do café, falar das condições atmosféricas que se fazem sentir, cá ou noutro continente qualquer, é sempre meio caminho andado para se ficar bem visto ou, se a coisa se desenvolver, arranjar novas amizades, quem sabe até coloridas. Antes isso que dizer mal do governo, falar dos constantes aumentos do custo de vida ou da péssima pré-época com que o Benfica teima em brindar os seus adeptos. Hoje e sempre, o tempo está do nosso lado. Deixo mesmo uma dica para os que não sabem como se iniciar no tema e, mais do que isso, pretendem deixar uma boa impressão logo num primeiro contacto. Refiram-se ao anticiclone dos açores. A sério. Resulta sempre. 

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