Somos mesmo velhos!
Quem até agora julgava que o território de Portugal e Espanha, também conhecido por Península Ibérica, contava cerca de 590 milhões de anos de idade, desengane-se. A recente datação feita por cientistas espanhóis e ingleses de um pedaço de granito negro oriundo do cabo Ortegal, no noroeste da Galiza, permitiu-lhes concluir que, afinal, o duo mais ocidental da Europa é bem mais velho do que se imaginava. A datação efectuada a partir da concentração de isótopos radioactivos no pedaço de rocha sujeito a análise e que estaria a grande profundidade antes da separação dos continentes, veio trazer novas luzes sobre o fenómeno das ligações antes existentes entre os actuais continentes e os respectivos movimentos a que têm sido sujeitos desde então. Desta forma, ficamos então a saber que esta Península em que habitamos é pelo menos tão antiga como algumas zonas da Austrália, África do Sul e Canadá. Quer isto ainda dizer, que os territórios de Portugal e Espanha são muito anteriores à “explosão da biodiversidade”, ocorrida há 500 milhões de anos atrás. Perante estes novos e reveladores factos, só me ocorre dizer que somos mesmo velhos! 1160 Milhões de anos! Nessa altura, os únicos seres - e os primeiros, diga-se – que ocuparam o território que hoje conhecemos como esta nação valente e imortal, eram seres unicelulares, para além de todo o cenário ser bem diferenciado daquele com que nos confrontamos na actualidade. Imaginem, se conseguirem, que não existiam telemóveis, veículos de duas, quatro e demais rodas, a PlayStation Portable era apenas uma miragem, assim como o bluetooth e o sistema de infravermelhos, o plasma e o LCD não constavam ainda dos planos de Deus, da mesma forma que o iPod e o formato MP3 precisavam ainda de mais uns anitos para vingarem a sua indiscutível utilidade. Eu sei que é difícil de conceber tão insólito cenário, mas lembrem-se que estava tudo muito no início. O que serve igualmente de justificação para a então ausência de quaisquer animais e plantas, para o facto do oxigénio na atmosfera ser mínimo e o rei sol brilhar com uma intensidade 10% inferior à actual. Foi também por esta altura que, para quebrar o marasmo com que então os ditos unicelulares se debatiam, que os continentes (não confundir com a cadeia de hipermercados), até então unidos, se resolveram divorciar, contrariando palavras de ordem mais tarde adoptadas por determinada facção política, traduzidas no célebre claim “unidos venceremos”! Em traços muito gerais, foram estes os primórdios do mundo. Hoje ele apresenta visíveis mudanças, onde não se inclui a ausência de movimentações, como poderão constatar pelo artigo que anteontem publiquei. Em conclusão, deixo como matéria de reflexão o seguinte: para além de haver um português em qualquer canto do mundo (que por sinal até é redondo, mas disso poderemos falar noutra altura), sabemos agora que o país que os vê nascer e debandar é velho para caraças! Pensem nisto.