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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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De ir às lágrimas!

por migalhas, em 09.06.06

Fui hoje confrontado com uma notícia que me tocou fundo no coração. Eu que não sou pessoa de soltar uma lágrima por dá cá essa palha, admito que fraquejei. O meu lado mais sensível ressentiu-se e senti-me solidário com este drama humano ao ponto de sugerir a abertura de uma conta especial, do género daquelas que grassam a favor dos mais carenciados, como forma de minorar uma situação que é tudo menos admissível nos dias que correm. Posto este desabafo de quem se preocupa de facto com as injustiças deste mundo, passo à notícia. A mesma dizia que que José Sócrates, o nosso PM, se encontra entre os mais mal pagos da sua espécie, em toda a Europa. Mas como? Um homem que tanto se tem esforçado por todos nós, que diariamente inventa formas de nos deixar mais aliviados do sempre incomodativo peso dos euros, que se desmultiplica em almoços de negócios, idas à neve e SPAs, para conseguir encontrar plataformas de entendimento com quem lhe dá mais. Como é que tudo isto faz com que ele ganhe pouco mais de metade do que o seu homólogo grego, por exemplo? Como é que numa lista que contempla 13 países europeus, ele se encontra perto da cauda, sendo o 10º (!!!) mais mal pago? Então já não se recompensa a dedicação, o empenho em que o país dê um passo em frente, logo agora que se encontra à beira do abismo? Já não se dá o devido valor a estas coisas? Depois queixem-se que, um dia destes, faça como aquele seu colega de partido aqui há uns anos atrás, e abandone também ele o país ao Deus dará. Ser visto por todos como um dos primeiros-ministros mais mal pagos da Europa, é, no mínimo, ultrajante. Já para não dizer vergonhoso! Que imagem é que o nosso país transmite lá para fora, com esta miséria de ordenados? A auferir um vencimento anual de uns míseros 99.400 euros? Quando o primeiro-ministro grego, Kostas Karamanlis, recebe 180 mil euros anuais, ou o primeiro-ministro irlandês Bertie Ahern, 250 mil euros anuais? E a desgraça não se fica por aqui. Também no que aos ministros e cargos de topo da função pública diz respeito, a discrepância é notada. Um ministro português recebe anualmente 86.100 euros, enquanto um seu homólogo grego ultrapassa o limiar dos 150 mil euros. Em países como a Alemanha, a Bélgica ou o Reino Unidos, os valores ultrapassam mesmo os 200 mil euros anuais. Não hão-de todos eles andar cabisbaixos, tristes e sem motivação. É, de facto, de ir às lágrimas! Eu fui, não resisti. Tanto esforço, dedicação e nenhuma glória na hora da retribuição. Não admira que faças tanta merda, homem. Com um ordenado como o teu, também eu cagava nisto tudo e ia mas era para casa, ver a bola.

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