Bolas, bolas!
Atenção a todos os homens que dizem “tê-los” no sítio. Agarrem-nos bem agarrados, se possível segurem-nos por via de um seguro especial que cubra quaisquer perdas ou danos tidos com este vosso abono de família. É que, soube-se agora, uma equipa de cientistas do Reino Unido recebeu luz verde das autoridades para investigar a possibilidade de usar células estaminais extraídas dos testículos, com vista ao reparo de tecidos e órgãos danificados. Estes investigadores, do Hospital Hammersmith de Londres, irão assim determinar se as células testiculares são tão versáteis como as células estaminais embrionárias, que podem converter-se em qualquer tipo de tecido do corpo. Se assim for de facto, abrem-se excelentes perspectivas ao desenvolvimento de tratamentos inovadores em doenças tão variadas como as de cariz cardíaco, Parkinson ou lesões da espinal medula. Este método evita que tenha de se recorrer a embriões humanos para obter essas células milagrosas, embriões que actualmente provêm de clínicas de fertilidade ou são criados por clonagem terapêutica, prática que alguns consideram pouco ética por implicar a destruição de embriões. Os cientistas estimam que cerca de 0,3% do tecido dos testículos é constituído por células estaminais, uma das percentagens mais altas no corpo humano. O passo seguinte seria usar as células testiculares para formar outros tipos de tecidos, como o cerebral ou o cardíaco. No futuro, um homem poderia precaver-se - até por que assim passaria a valer por dois – e guardar tecido testicular extraído na juventude para utilizar mais tarde em eventuais lesões de órgãos, sem risco de rejeição. Isto se antes não tiver sido vítima de uma qualquer organização com fins lucrativos que se atire às suas bolas como gato a bofe, com a finalidade de os comercializar junto de quem deles faça uso para o fim aqui descrito. Percebem agora por que comecei este texto alertando para que as tenham permanentemente debaixo de olho? Ah, pois é. Se até aqui quem tinha cu, tinha medo, agora quem tem tomates tem pavor de os ver ser subtraídos, para enriquecimento de terceiros gananciosos que não se contentem com os respectivos. Face ao previsível mercado negro, submundo ilegal, tráfico ilícito que se adivinham destes órgãos específicos - pertença apenas do género masculino -, iremos certamente assistir a um renascer dos eunucos, espécie de homens muito em voga em tempos e a quem era entregue a guarda dos haréns dos sultões muçulmanos de então. Devia ser lixado ter tantas e tantas odaliscas ali à mão de semear e não poder presentear algumas com a bela da sementinha. Pensem na angústia, no desespero, na impotência... e pensem se não vale a pena tudo fazer para continuar a tê-los. Ali, no sítio.