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Ter um Blog

por migalhas, em 07.09.04
Porque tenho um blog, sinto uma certa necessidade em mantê-lo actualizado. Não que isso represente uma prioridade para mim, nada disso, mas sinto que o devo fazer. Principalmente por mim, que me propus a este desafio, mas também porque tenho a estranha convicção de que poderá servir de algum consolo a quem inadvertidamente por ele passe os olhos. Será convencimento da minha parte, sequer pensar que um desconhecido possa casualmente escolher o meu blog e nele ler algo que o disponha melhor? Se calhar até será. Mas, em contrapartida, de que serve escrever, deitar cá para fora pensamentos e opiniões, se não forem para ser partilhadas com os outros? É este o espírito que me orienta e que me dá alento para, mesmo de férias e longe de um centro cosmopolita, tentar manter este canal comunicacional minimamente aberto. Para além de que existe toda uma sensação de recompensa de cada vez que alguém se digna a deixar um comentário àquilo que com tanta dedicação escrevemos. Pode parecer parvoice – ou uma vez mais presunção minha – mas escrever implica concentração, dedicação e, acima de tudo, paixão. Ninguém que faça da escrita a sua forma de comunicação por excelência, o faz sem amor à causa. É por isso que o acto de escrever é algo que dificilmente se consegue... descrever. A simbiose dos dedos com o teclado - que de um momento para o outro dão forma às ideias, passadas ao papel num produto final que é o porta-voz da nossa mente – é algo que nos ultrapassa. É como se um estado de hipnose nos conquistasse e nos fizesse seu servo, colocando o que escrevemos à sua mercê. Se no princípio tudo começa por brincadeira, depressa o tempo se encarrega de nos viciar, de nos tornar dependentes de qualquer possibilidade – por muito ténue que se apresente - de tomar contacto com uma folha de papel e nela verter o que nos vai cá dentro. O que nos povoa o pensamento. E é por saber que existem outros bloguista que, tal e qual como eu, partilham desta visão, que sinto como que uma obrigatoriedade de lhes fornecer o pão para a boca, a lenha para a fogueira, o sustento para a alma. E isto sem pretender com este discurso dar mais importância ao que escrevo do que aquela que eventualmente possa ter. Não é isso que aqui está em causa. É porque sinto realmente que faço falta aos outros, da mesma forma que os outros me fazem falta a mim. Pode parecer estranho, admito, mas só para quem ainda não se dedicou a esta novidade que dá pelo nome de blog. Pois uma vez assumida a responsabilidade de dar vida a um, é tal e qual um filho que todos os dias temos de alimentar, para que possa crescer e perpetuar no tempo uma importante parte de nós. A parte que nos imortalizará, em forma de marca, em forma de legado. Para quem quiser ler e, quem sabe, um pouco mais aprender.

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