A viagem da vida
por migalhas, em 08.09.04
Quem se propõe à viagem da vidaDesconhece a odisseia que o espera
A eterna incerteza, a longa travessia
O passar do tempo, a ânsia do dia-a-dia
O incentivo da partida
Polvilhado aqui e ali por histórias de grandes feitos
depressa poderá esmorecer ou mesmo morrer
se não for encabeçado pela persistência
pela vontade irredutível do crer
Depressa o espaço se tornará apertado
E por companhia apenas a claustrofobia
Fará soar lentas as horas de espera
Num emaranhado complexo de sensações
De sentimentos antagónicos e de ilusões
Todos por igual serão iniciados
Embora no fim, na hora da verdade
Apenas os mais fortes, somente os predestinados
Sentir-se-ão iluminados e, consequentemente, guiados
Poder-se-ia dizer que tudo acaba aqui
No momento em que sabem que direcção tomar
Mas poucos são aqueles que sonham
ou podem sequer imaginar
Que só então a viagem vai começar
Com que destino?
Não nos é revelado
Cabe a cada um o seu encontrar
E no calor da descoberta
A plenos pulmões gritar:
“eu vivi e sem medo a morte abraço
porque sei ao que vim e no fim sei o que faço”