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Vai uma bica?

por migalhas, em 10.11.04
Se existe bebida que grande percentagem da população ocidental hoje em dia não dispensa, ela é o café. Mesmo não detendo o título de bebida mais antiga da humanidade - pertença do chá, que é claramente preferido pelo Oriente - o café possui já um historial digno de nota. Mas saberão os seus devotos consumidores qual a origem deste excitante natural dos tempos modernos? Originário da Arábia, o café deu entrada no Ocidente em meados do século XVII e desde então se tem imposto como uma das mais requisitadas bebidas de que há memória, granjeando por todo o lado numerosas fileiras de fiéis adeptos. De tal forma, e com tal convicção, muitos desses adeptos se rendem aos seus encantos, que atingem mesmo um grau de dependência por vezes difícil de explicar. Veja-se o caso dos povos nórdicos - nomeadamente os finlandeses - que, quem sabe para combaterem as baixas temperaturas que são quase uma constante nas suas vidas, se atiram ao café como cão ao bofe. Segundo as estimativas, bebem cerca de 13 quilos de café por ano e por habitante, o que traduzido em doses diárias dá qualquer coisa como cinco chávenas de café por dia! Mas, e felizmente para eles, dizem os entendidos que o café que consomem de forma quase desalmada é fraco e desconsolado. O mesmo se passa aqui ao lado, na nossa vizinha Espanha, que, em matéria de café propriamente dito, fica igualmente aquém das nossas melhores expectativas. Quem não se desiludiu já com a suspeita mistura de café com leite com que respondem ao nosso pedido pós-repasto? E cuidado se forem à Turquia. Não é que tenha a ver com a qualidade do café que por lá se bebe, mas antes com as indesejáveis borras no fundo da chávena, resultado da fervura de que é alvo durante o seu processo de preparação. Algo que, para os mais incautos, pode revelar-se uma desagradável surpresa! Donde se conclui que, deste lado da Europa, são claramente as variantes mais afamadas aquelas que maior consenso reúnem. Do suave capuccino - coberto por uma nuvem de leite e chocolate em pó - ao elegante café vienense - a que sempre se adiciona uma pequena dose de chantilly -, passando pelos clássicos irish coffee - nas proporções de 2/3 de café para 1/3 de whiskey, acrescentados de natas espessas e açúcar mascavado - ou o chamado "café com cheirinho" - de aroma e paladar alcoólicos resultantes da adição de aguardente - todos encontram adeptos que lhes veneram a existência. Tido em tempos como estimulante de conversas mundanas ou literárias, hoje fica-se mais pelas primeiras, servindo igualmente o propósito de manter despertos muitos daqueles que dele dependem para prolongar as suas horas de expediente ou de estudo, numa luta renhida contra o cansaço e o sono que naturalmente os afecta. Seja como for, goste-se mais ou goste-se menos, raros são os que prescindem do aroma único e das características tão próprias que só o café pode proporcionar. Bebido com moderação e quando realmente apetece, pode ser um prazer que dificilmente encontra rival à altura. Quem sabe, conhece bem do que falo. Vai uma bica?

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