eu perdido e a criança
por migalhas, em 01.06.23
É a civilização quem ordena erguer cidades, exige derrubar árvores.
É ela quem estende viscosos tentáculos até onde o vento se sente escassear.
Espreito esta nesga de tempo enquanto posso
e nela refugio o olhar cansado que ainda consigo.
Aqui estou perdido.
Eu e a mente por onde ecoam as vozes, tantas quantas as perdidas, como eu
distante que nem os passos todos que pudesse ainda dar
este tempo fez-se tempo passado
filho bastardo de um rumo há muito também perdido
que da vida já nem sinal.
“Mas não faz mal, pois não?”
Na inocência de quem é criança e nunca deveria deixar de o ser.
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