Por acaso
por migalhas, em 08.05.23
Por acaso, vinha aqui a passar, entrei.
Vi ali um canto obscuro e nele me deitei.
Descansei mal, a noite passada.
Entre trapos e cartões, e por isso não foi fácil adormecer.
Nem sonhei, tanto o que tinha para dormir.
Mas acordei, isso sim.
Nem refeito nem satisfeito.
Apenas obedeci ao descerrar das pálpebras, ao erguer do corpo, ao mecanismo tantas vezes repetido de sair em passo apressado, pois espaço privado havia, uma vez mais, ocupado.
Saí, olhei em redor e, como apareci, fiz-me de novo ausente.
Por acaso.
Eu, entre tanta gente.
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