Não só em tempo de Natal, mas também, oferecer um livro a uma criança deveria ser quase obrigatório. É que ler estimula a criatividade, a imaginação e transporta-nos para cenários quantas das vezes impensáveis dentro de um simples livro. E faz crescer, na ânsia de poder ler sempre mais e dedicar a esse prazer tempo sem fim, assim fosse possível.
Este Natal há uns quantos títulos que devem ser ponderados, pois brincam com as palavras e com o medo do escuro, falam de animais, de pessoas, do país e do planeta, num conjunto que prova que o melhor presente a oferecer pode mesmo ser um livro.
Vejam aqui as sugestões do Observador e boas leituras para a pequenada:
Lembro-me de ver a adaptação cinematográfica deste, em português, "Eu sou a lenda", com Will Smith no praticamente único papel, e de ter adorado. Aliás, tantos anos passados, continua a figurar no top dos meus filmes de eleição.
A verdade é que, mais anos ainda passados, resolvi-me a comprar o original que lhe deu origem, ou seja, a obra de Richard Matheson (1926-). E logo uma Edição Especial com nova capa e mais 30 páginas de contos e tiragem limitada a 999 exemplares. Obra da Saída de Emergência, que assim volta a marcar pontos na minha lista de editoras especiais. Vou agora recordar este clássico de 1954, um dos grandes clássicos do horror e um dos primeiros livros - se não o primeiro - a falar de zombies e de cenários pós-apocalípticos muito antes de tal se tornar moda.
Aqui fica a sinopse:
Robert Neville é o último homem vivo na Terra... mas não está sozinho. Todos os outros homens, mulheres e crianças transformaram-se em vampiros e estão sequiosos pelo sangue de Neville. De dia, ele é o predador, caçando os mortos vivos pelas ruínas abandonadas da civilização. De noite, Neville barrica-se em casa e reza para que chegue a manhã. Durante quanto tempo pode um homem sobreviver num mundo de vampiros?
“Carbono Alterado”, livro homónimo de Richard Morgan, é um bestseller cyberpunk com influências de Dashiell Hammett (autor de “The Maltese Falcon“), Raymond Chandler (“The Big Sleep“) e Philip K. Dick (saga “Blade Runner” e “The Man in the High Castle“).
Em termos de sinopse, reza assim este Carbono Alterado:
No século XXV é difícil morrer para sempre. Os humanos têm um stack implantado nos corpos onde a sua consciência é armazenada, podendo fazer download para um novo corpo sempre que necessário. Quando o multimilionário Laurens Bancroft contrata Takeshi Kovacs para descobrir quem assassinou o seu último corpo, o caso parece bicudo: a polícia diz que foi suicídio, Bancroft tem a certeza que não.
A consciência de Kovacs, cujo último corpo acabara de ter uma morte violenta, é inserida no corpo de um polícia para investigar o caso. E, para o resolver, Kovacs terá de destruir inimigos do passado e lidar com a atracção por Kristin Ortega, a mulher que amava o corpo onde ele agora se encontra.
Num mundo onde a tecnologia oferece o que a religião apenas promete, onde os interrogatórios em realidade virtual significam que se pode ser torturado até à morte e depois recomeçar de novo, e onde existe um mercado negro de corpos, Kovacs sabe que a última bala que lhe desfez o peito é apenas o começo dos seus problemas…
Entretanto, em Fevereiro passado, “Carbono Alterado” chegou à Netflix em versão série, a qual revolucionou o pequeno ecrã com o seu estilo sci-fi cyberpunk que apresenta uma versão do futuro no qual a morte deixou de ser permanente. Assista aqui ao trailer:
Será que há finalmente respostas para os mistérios da Área X? Esta é a maior das questões deixadas para o derradeiro volume desta fantástica trilogia.
O inverno chegou à Área X, a misteriosa zona que desafia toda a lógica há mais de trinta anos e que tem resistido a inúmeras expedições que procuram desvendar os seus segredos.
À medida que a Área X se expande, a agência responsável por investigá-la colapsa e mergulha no caos. Cabe a uma última e desesperada equipa atravessar a fronteira e alcançar a ilha remota que pode conter as respostas ao enigma. Se falharem, o mundo vai sucumbir à devastação que não para de alastrar.
Neste último volume, a verdade sobre a criação da Área X poderá ser revelada, bem como os eventos e protagonistas que originaram a sua contaminação. Mas estarão os membros da equipa preparados para as implicações aterradoras e profundas dessas revelações?
É o segundo volume da trilogia "Área X" e avança no sentido de nos desvendar lentamente os segredos da Área X e dos mistérios narrados no primeiro volume.
Fica a sinopse:
Após 30 anos, os únicos traços humanos detetados na Área X – uma estranha zona contaminada cercada de uma fronteira invisível e sem traços de civilização – são os que foram deixados por expedições sucessivas sob autoridade de uma agência tão secreta que quase foi esquecida. Face à tumultuosa 12.ª expedição narrada em Aniquilação, a agência tem um novo diretor nomeado, John Rodrigues, também conhecido por Control. A braços com uma equipa desesperada e frustrada por uma série de incidentes e vídeos perturbantes, Control começa a desvendar lentamente os segredos da Área X e dos mistérios narrados no primeiro volume, mas a cada descoberta que faz, é forçado a confrontar verdades sobre ele próprio e a agência que jurou servir.
Trata-se do primeiro volume da trilogia "Área X", de Jeff Vandermeer, e vencedor dos Prémios Nébula e Shirley Jackson de Melhor Romance de 2014. Teve honras de adaptação ao cinema, num filme que contou com um elenco inteiramente feminino, capitaneado por actrizes de peso como Natalie Portman e Jennifer Jason Leigh, e cuja história não deixa de ser, também ela, algo insólita e que aqui pode ser melhor entendida: https://www.publico.pt/2018/03/12/culturaipsilon/noticia/aniquilacao-o-filme-que-hollywood-nao-soube-perceber-1806302
Quanto ao livro, que é o que aqui me traz, eis a sua sinopse:
Área X. Uma zona misteriosa e isolada do resto do mundo. Onde a natureza reclamou para si qualquer vestígio de civilização. Sucessivas expedições são enviadas para investigar o mistério que levou à sua contaminação, mas todas redundam em fracasso e os seus membros regressam meras sombras das pessoas que partiram. Até que chega a vez da 12.ª expedição. Composta por quatro mulheres (antropóloga, topógrafa, psicóloga e bióloga), a sua missão é desvendar o enigma. Mas acontecimentos bizarros e formas de vida que ultrapassam o entendimento minam a confiança entre os membros da expedição. Nada é o que parece e o perigo espreita a cada esquina. Que novos horrores se escondem na Área X? Será a 12.ª expedição capaz de revelar todos os segredos… ou estará condenada à pior das tragédias?
How do we talk to children about refugees, immigrants, and all the related issues dominating the news?
Esta questão é em parte respondida graças ao poder da literatura. Neste caso, juvevil, ou infantil mesmo. Pois é cada vez mais urgente cedo alertar e informar os mais pequenos para este gigantesco problema global. Quem sabe para um dia um deles, ou todos, contribuírem para a sua resolução definitiva. Aqui ficam alguns títulos que, espero, em breve nos possam ser também acessíveis na nossa língua.
A estonteante história de amor de Sally Rooney, "Pessoas Normais" (Faber & Faber), foi nomeada Livro do Ano de 2018, pela Waterstones, the UK's nº 1 bookseller. Agora é aguardar pela sua edição por cá para ficarmos a saber o porquê de, entre tantos outros livros editados este ano, ter sido este o premiado. Boas leituras.