insignificante
já te aventuraste terra fora?
Possuído pelo conhecimento do homem, pelas fluidas e viscosas correntes do saber infindo, do pensamento oneroso, da matemática ousada, da química analítica, da mecânica quântica?
Já te ousaste sob o fogo dos mecanismos vivos, herdados da teoria da evolução das espécies ou das ideias de um louco que arriscou um dia, numa época arriscada, defender que o mundo era redondo e não um plano achatado de quatro cantos como então se supunha?
Já te perdeste por entre as parcelas de uma equação que te omite à laia de conclusão?
Já?
És então humano, na tua altivez supores que eras uma fórmula, não uma qualquer mas A fórmula e que dessa tudo derivava, dela tudo partia e a ela tudo chegava, a ela tudo se resumia.
És então estúpido, também, ignorante que nem ciência nem religião te guiam ou dão a mão, consolo algum.
És um tolo, é isso que tu és, perdido, desamparado, viajante sem rumo, terra fora ou em terra alguma.
Que nada é o que tu pensas, iludido.
Figura triste que nem te demoras
na tua existência breve
coisa de horas.
© Copyright Migalhas (100NEXUS_2012)