literatura = lixo?
Esta é a história de uma intromissão. Por um acaso, o narrador desta história começa a encontrar, no lixo do prédio, escritos de um vizinho misterioso. Em breve descobrirá que esse homem de certa idade, de rotinas pendulares, se trata afinal de Davanzati, um romancista com sucesso no passado e, entretanto, desaparecido da ribalta literária.
A partir desse momento tornar-se-á leitor obsessivo - e único - dos desperdícios que constituem uma enorme galeria de estilos literários de um escritor que não escreve para ninguém. Os Dias de Davanzati analisa as relações entre a literatura e a vida a partir de um ângulo de grande originalidade: ligando a literatura ao lixo, num jogo em que as palavras se revelam resíduos sem valor de uma vida que não foi vivida; e as que se estabelecem entre a escrita e a leitura, a uma nova luz: a leitura como violação da escrita.