Pensas que nunca te vai acontecer, que não te pode acontecer, que és a única pessoa no mundo a quem essas coisas nunca irão acontecer, e depois, uma a uma, todas elas começam a acontecer-te, como acontecem a toda a gente.
Paul Auster, incansável criador de ficções e de personagens inesquecíveis, vira agora o olhar para si próprio e para o sentido da sua vida. As descobertas da infância e as experiências da adolescência, o compromisso com a escrita - que marcou a sua entrada para a idade adulta -, as viagens, o casamento, a paternidade, a morte dos pais... Uma vida que transborda das páginas deste Diário de Inverno, um definitivo autoretrato construído com a paixão e a transbordante criatividade literária que são as marcas distintivas da identidade deste escritor amado pelos leitores e admirado pela crítica.
À VENDA A 26 DE SETEMBRO, EM SIMULTÂNEO COM A EDIÇÃO EM LÍNGUA INGLESA - MEL, o novo romance de Ian McEwan.
«A acção de «Mel» decorre na Grã Bretanha no início dos anos 70. Serena Frome, a bela filha de um bispo anglicano e a protagonista deste novo romance do autor de Expiação, é aliciada para os Serviços Secretos no seu ano final em Cambridge. A guerra fria cultural prossegue e o país é assolado por convulsões sociais e actos de terrorismo num período extremamente violento da história da Inglaterra, especialmente por causa da actividade do IRA. Serena torna-se subitamente parte de uma encenação e é incumbida de estabelecer contacto com um jovem e promissor escritor, Tom Hailey, ideologicamente comprometido com o lado de cá da Cortina de Ferro, financiando-o anonimamente de modo a promover a "guerra de ideias", criando alternativas à produção intelectual sempre tão cara à ideologia comunista.
Mas, para Serena, esta sua actividade de espionagem envolve também a sua vida pessoal, quer no que se refere ao seu antigo amante, um ex-funcionário do MI5 de meia-idade bon-vivant e casado que a introduziu nos serviços secretos, quer no que se refere ao escritor que é vítima da sua encenação e por quem acaba por se apaixonar.
Serena é, portanto, agente e vítima, personagem e criadora, num romance em que todos esses papéis são profundamente questionados através do talento literário de Ian McEwan que propõe mais uma vez ao leitor um final surpreendente e astucioso.
A mestria de Ian McEwan deslumbra pois novamente nesta história empolgante, soberbamente construída, sobre traição e intriga, amor e o «eu» ficcionado. Um autor que não cessa de surpreender pela elegância e destreza com que se movimenta em diferentes registos literários».
Esta é a história de uma intromissão. Por um acaso, o narrador desta história começa a encontrar, no lixo do prédio, escritos de um vizinho misterioso. Em breve descobrirá que esse homem de certa idade, de rotinas pendulares, se trata afinal de Davanzati, um romancista com sucesso no passado e, entretanto, desaparecido da ribalta literária. A partir desse momento tornar-se-á leitor obsessivo - e único - dos desperdícios que constituem uma enorme galeria de estilos literários de um escritor que não escreve para ninguém. Os Dias de Davanzati analisa as relações entre a literatura e a vida a partir de um ângulo de grande originalidade: ligando a literatura ao lixo, num jogo em que as palavras se revelam resíduos sem valor de uma vida que não foi vivida; e as que se estabelecem entre a escrita e a leitura, a uma nova luz: a leitura como violação da escrita.