contra factos...
Que não se pense que Portugal irá seguir em frente rumo à tão ansiada final do Euro 2012. Não por falta de valor, ou mesmo de mérito, num jogo que ainda assim se antevê complicado, afinal estaremos perante os campeões europeus e mundiais em título, mas por que uma outra vontade foi atempadamente expressa por quem mexe os cordelinhos deste teatro de ilusões que é o Euro 2012. Vistas bem as coisas, à luz de uma análise isenta e baseada nos factos do jogo, a Espanha já nem deveria constar do grupo de equipas que atingiu os quartos-de-final, pois fê-lo à custa do perdão de, não uma mas, duas grandes penalidades no decurso do jogo contra a Croácia (veja-se, entre outros, o artigo http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=2617370&especial=Euro%272012&seccao=DESPORTO), o que colocaria esta selecção nesta fase avançada da competição em detrimento dos actuais campeões. Mas esse desejo de sua excelência de assistir a uma final bem mais rentável e mediática, tudo irá condicionar para que tal seja uma realidade, pelo que antevejo grandes injustiças no próximo dia 27, para males dos nossos pecados. Que não criem grandes expectativas os portugueses para o embate desse mesmo dia, pois por muito bem que a nossa selecção jogue, ela jamais terá carimbado o passaporte para a tão ansiada final de domingo. Não que o não possa fazer por mérito próprio, mas por que alguém já lhe vaticinou um outro destino. Pode até dar-se o caso de a Espanha passar com toda a justiça, baseada numa inquestionável supremacia em campo sobre a nossa selecção, mas ainda que assim não seja, outras armas irão ser usadas em nosso desfavor, e sem quaisquer peias, pois a final há muito que foi anunciada pela boca daquele que gere a seu contento cada milímetro desta competição. Por isso, portugueses, é com muita, imensa, pena minha que vos preparo para o que se avizinha, pois também eu sou português e gostaria de ver a nossa selecção chegar ao patamar mais alto desta competição. Não se iludam, pois a nossa despedida desta prova está marcada para a próxima quarta-feira. E nem sequer pensem que estou a augurar o pior às nossas cores, não. O que se passa é que o destino desta prova ficou escrito no dia em que o patrão da entidade que controla o futebol na Europa veio a público afirmar que Espanha e Alemanha são as principais favoritas a estar na final. Posto isto, pouco mais haverá a fazer do que acreditar que sairemos de cabeça erguida, orgulhosos da excelente prestação com que brindámos o mundo, cientes de que até poderíamos ter ido mais além e, quiçá, virmos a ser os novos campeões da Europa. Mera ilusão. Pois se em tempos superámos a crença de um Adamastor que a todos atemorizava e seguimos adiante, desta feita o monstro é bem maior e real e, por tudo isso, capaz de levar ele a sua adiante, independentemente de quem lhe faça frente.