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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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o que ando a ler

por migalhas, em 28.02.12

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

«Se a história deste romance nos fosse contada por Jed Martin, talvez ele começasse por falar da avaria da caldeira do seu apartamento, num dia 15 de Dezembro. Ou dos solitários. Natais passados com o pai, um arquitecto famoso que sonha construir cidades fantásticas mas ganha a vida a projectar resorts de férias. Talvez não falasse do suicídio da mãe quando tinha apenas sete anos, porque são muito ténues as recordações que dela guarda. Mas mencionaria certamente Olga, uma lindíssima russa, que conheceu por ocasião da primeira exposição do seu trabalho fotográfico baseado nos mapas de estradas Michelin.

Apesar de indiferente à fama e à fortuna, Jed poderia mencionar o êxito estrondoso que alcançou com uma série de quadros de célebres personalidades de todos os meios, retratadas no exercício da sua profissão. Um dos retratados é Michel Houellebecq (sim, o autor), num trabalho conjunto que mudará a vida de ambos: fonte de vida para um e razão de morte para outro.

Confrontado com o homicídio de uma pessoa próxima de si, Jed não poderia deixar de incluir no seu relato como ajudou o comissário Jasselin a esclarecer esse crime hediondo, cujo cenário aterrador deixou marcas profundas nas equipas da Polícia.»

dos momentos

por migalhas, em 22.02.12

céleres os momentos

na fuga que se revela alheia

que o tempo dissipa a estada

apressa o esquecimento

do que foi cada momento

do que foi passado

que a memória tem validade

e não qualquer outra veleidade

tão fina camada que nos adorna

e que passa

esfumando-se por fim

(então já sem graça)

nas cinzas que seremos

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2012)

vento de 2008

por migalhas, em 12.02.12

(...)

 

O vento é o tempo, como o tempo, eterno.

O vento é cada dia, é sopro de vida, a vida de que se fazem os dias.

E de cada vez que um novo dia de velho se finda, o vento nunca.

O vento é sempre novo, alma nómada que percorre cada dia, como sopro de vida que nunca se finda.

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2008)

infligida (em matura)

por migalhas, em 09.02.12

dor

que o gume afiado da navalha reclama vitória sobre a ferida infligida

estéril

que o castigo é coisa impune, que ao longe se esbate

tão leve, tão breve

que nem neve

e então a suspeição

sem peso ou gravidade, como as cinzas o são

à vista, desarmada

disfarçada, à margem

aos teus ouvidos segredada

no degredo de quem julga que não foi nada

senão dor de passagem

 

© Copyright Migalhas (100NEXUS_2012)

o que ando a ler

por migalhas, em 08.02.12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vencedor do Man Booker Prize 2011, O Sentido do Fim, de Julian Barnes, traça sucintamente a história da vida da personagem Tony Webster. Trata-se, numa primeira fase, do relato de algumas vivências da sua juventude, apenas enquanto enquadramento para a forma como, 40 anos mais tarde, um simples episódio desperta conflitos e sentimentos antigos e transfigura, de modo irreversível, a perspectiva  do passado.

Um belíssimo livro, marcado por uma escrita prodigiosa e absorvente de Barnes. Por outro lado, é também uma notável reflexão sobre a vida e o controlo que exercemos sobre ela, sobre o binómio passado/presente ou sobre a memória e a forma como, por vezes, idealizamos, corrompemos ou simplesmente manipulamos as nossas recordações. E termina em beleza, com um final surpreendente e arrepiante.

200 Anos de Dickens

por migalhas, em 07.02.12

 

 

 

 

 

 

 

 

Comemora-se hoje o bicentenário do nascimento do escritor Charles Dickens

 

Charles John Huffam Dickens que experimentou o jornalismo e, para garantir o sustento da família, trabalhou numa fábrica, nasceu em Portsmouth a 07 de fevereiro de 1812.

Dickens começou a editar em 1833 em fascículos no jornal Monthly Magazine a ficção «A Dinner at Poplar´s Walk», que veio a editar depois em livro.

Em Portugal, segundo nota da Biblioteca Nacional, a primeira tradução de uma obra de Dickens, «Conto verdadeiro: o estalajadeiro de Andermatt», foi publicado no jornal O Ramalhete, nº 83 de 22 de agosto de 1839.

Ainda no século XIX são apresentadas «as primeiras traduções de cinco dos seus romances: Oliver Twist (1837-1839), The Life and Adventures of Nicholas Nickleby (1838-1839), A Tale of two Cities (1859), Great Expectations (1860-1861) e The Posthumous Papers of the Pickwick Club (1836-1837)», refere uma nota da Biblioteca Nacional que acrescenta que, em Portugal, o escritor teve maior proliferação editorial  nas décadas de 1940 e 1950.

 

Diário Digital / Lusa

ainda sobre Joyce

por migalhas, em 02.02.12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Samuel Riba considera-se o último editor literário e sente-se perdido desde que se retirou. Um dia tem um sonho premonitório que lhe indica claramente que o sentido da sua vida passa por Dublin. Convence então uns amigos para irem ao Bloomsday e percorrerem juntos o próprio coração do Ulisses de James Joyce.
Riba oculta aos seus companheiros duas questões que o obcecam: saber se existe o escritor genial que não soube descobrir quando era editor e celebrar um estranho funeral pela era da imprensa, já agonizante pela iminência de um mundo seduzido pela loucura da era digital. Dublin parece ter a chave para a resolução das suas inquietações.
Neblina e mistério. Fantasmas e um humor surpreendente. Um romance que parodia o apocalíptico ao mesmo tempo que reflecte sobre o fim de uma época da literatura.

Joyce faria hoje 130 anos

por migalhas, em 02.02.12

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Neste que seria o dia do seu 130º aniversário, um curioso artigo que nos resume um pouco da sua enorme obra.

http://flavorwire.com/255868/how-to-fake-like-youve-read-james-joyce#1