o meu primeiro original de 2012
pendentes
de onde provém essa delicada ternura
essa centelha de doce melancolia que esbarra no âmago deste meu ser
que consternado se deita e sonha
qual renegado agastado
qual despojado dos seus bens, do seu mais que tudo
dessa vida de faz de conta, de parece que vai ser e depois
e depois demora
a acontecer, a fazer crer que se ergue titânico empreendimento e depois
e depois demora
faz-se tarde a hora em que se deseja tudo
se pode tudo
se exige tudo
e um nada arrepiante
um passo adiante para dois sem norte
que esta espera é pior que a da morte
na ânsia desmedida de quem já só grita e desespera
que esta espera não é proveitosa
antes uma facada contundente
neste emergente coração pendente
assim sempre, sempre
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