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100Nexus

TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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natal terminal

por migalhas, em 27.12.11

este natal foi tudo pelo cano. tudo. até quem julgava que não tinha pressa. até quem julgava que não estava nessa. tudo. e eu mudo. e surdo e cansado de nada ver, nem ouvir e muito menos sentir. e eu que pensei, que por ser natal, nada se podia mal. como me equivoquei, olhando lá fora quantos prados queimados e terras antes férteis agora terrenos desprezados. a pesar no ar um aroma esgotado, viciado, no rescaldo do tanto que fora devastado. e ao relento incontáveis almas, numa incontável sofreguidão, sem fortuna ou mala pela mão, em longas horas de espera por uma entrada naquela barca que se dizia e queria a salvação. que ilusão. que por ser natal alguém nos iria dar a mão? olhei ao longe o mar e ele sentiu-me o olhar. pediu-me perdão mas que nada podia evitar. e eu como o entendi, neste fim de linha que era nosso, de todos, do ricaço ao sem abrigo. para o ano novo natal e, no seguinte, tal e qual. então já sem roupa no estendal, sorrisos francos ou escarninhos, brincadeiras de criança ou o que fosse que, mesmo parecendo mal, não se entendia como tal. ele seria sempre, nós por este ficaríamos. que tudo continua, indelével e indiferente à nossa passagem. breve como as horas que são cada quadra natalícia, no dorso suave de uma quase imperceptível aragem, reflexo fiel desta nossa viagem.

 

inédito de migalhas (100NEXUS_2011)

Por aqui, por ali

por migalhas, em 19.12.11

Por aqui

Sem certezas, garantia de coisa alguma

Terreno lamacento

Um pântano de cidades, altos edifícios, o maior de todos sou eu

Ou quero ser

 

Por ali

Da mesma forma conteúdo dúbio

Será refúgio?

A caverna escura, escavada na rocha fria

Abrigo de morcegos, seres da noite que se põe em pleno dia

Invade o espaço, viola a fronteira alheia, abominável

Fedor pestilento, o que faz é nojento

 

(...)

 

para a leitura integral deste meu poema "por aqui, por ali", integrado na rubrica Rima-me da edição nº 4 da REVISTA-ME, visitem a morada http://issuu.com/edita-me/docs/revistame04 e procurem pela página 47 da mesma. encontram lá o meio e o fim, do que aqui teve início. espero que gostem.

a queda de um anjo

por migalhas, em 15.12.11

"Era domingo de Páscoa e Bernardo andava excitadíssimo à procura daquele sumo de que lhe haviam falado na escola. Do sumo que se bebia nesta época de paz e amor entre todos os cristãos devotos. Nem na despensa, nem no frigorífico, nada. Mariana, por seu turno, procurava no roupeiro do seu quarto a cruz que a mãe lhe havia pedido para colocar à mesa durante a refeição que os aguardava na sala grande, apenas usada nesta altura do ano para receber o senhor padre naquele que era o tradicional almoço de Páscoa da família Alcobia. Com a comida a arrefecer no tacho e o senhor padre desesperado face ao correr do tempo, que insistentemente confirmava no seu relógio de pulso com a ajuda daqueles óculos de lentes grossas e de dedadas preenchidas, Isabel resolveu procurar os seus dois filhos."

 

(...)

 

para a leitura integral deste meu conto "a queda de um anjo", integrado na rubrica Conta-me da edição nº 4 da REVISTA-ME, visitem a morada http://issuu.com/edita-me/docs/revistame04 e procurem pela página 52 da mesma. encontram lá o meio e o fim, do que aqui teve início. espero que gostem.

esplanada, 33 graus

por migalhas, em 07.12.11

"Esplanada neste dia de 33 graus. Jolas e tremoços em barda. Uma sombrinha e uma vista deslumbrante sobre o rio. A manhã vai correr célere e o tempo abrandará lá pela hora de almoço. Assim mesmo, lento. Hora e meia que mais irá parecer uma eternidade. E as jolas a escorrer rumo a um estômago quente, que as acolhe de tripas abertas! Um arroto após outro, entre duas idas ao WC, e eis que voltam à mesa, frescas como viçosas alfaces acabadas de colher pela madrugada. Louras, pretas, ruivas, venham elas sedutoras que as nossas gargantas sequiosas dão-lhe seguimento. E quando olharmos em redor e tudo virmos a triplicar, sabemos que é hora de pedir uma última, aquela que nos vai deixar definitivamente a dormir!"

 

(...)

 

para a leitura integral deste meu conto curto "esplanada, 33 graus", por isso mesmo integrado na rubrica Curta-me da edição nº 4 da REVISTA-ME, visitem a morada http://issuu.com/edita-me/docs/revistame04 e procurem pela página 31 da mesma. encontram lá o meio e o fim, do que aqui teve início. espero que gostem.

revista-me, nº 4

por migalhas, em 01.12.11

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REVISTA-ME é um projecto de publicação digital em formato pdf e "read online" da autoria da editora Edita-me, que se pretende livre, despretensioso e criado com o objectivo de fazer chegar de forma mais expedita “o trabalho” dos autores e colaboradores da editora a outros públicos, despertando neles o interesse e a curiosidade para as suas obras. neste número 4 dou continuidade à minha colaboração no projecto, desta feita presente em 4 diferentes rubricas. leiam pois esta quarta edição aqui http://issuu.com/edita-me/docs/revistame04 e descubram-me nas páginas 31, 47, 52 e 146, nas mais diversas vertentes da escrita. espero que gostem. por mim, e como sempre, foi um prazer.