nada de nada
por migalhas, em 14.04.10
ganhar, perder
felicidade, desgosto
uma mão cheia de tudo, outra de um nada arrebatador
um sorriso pela dádiva, uma lágrima pela dor
de que vale existir assim, repartido entre o tudo e o nada
coração preenchido agora e logo trespassado pela espada
como um pêndulo, cá e lá num ápice
ora aqui e ali, naquele mar morto
qual rei posto, depostas as armas numa rendição à condição
a angústia de chegar onde viagem nenhuma nos leva
que daqui nada se leva
nem ganho, nem felicidade
uma mão cheia de coisa alguma
quanto muito outra de um nada arrebatador