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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Mar adentro

por migalhas, em 17.07.09

O mar não escolhe os dias

Não tem vida agendada, nem hora marcada

Apresenta-se sem rodeios em cada feroz embate que dita aos seus emissários

Às ondas grandes, às pequenas vagas, a cada tentáculo que arremessa vigoroso contra o seu leito de rochas feito

Em assaltos temerários que se introduzem pelas fissuras de anos de erosão

De tantas e tantas cargas sobre esta brigada pesada

Que um dia do ventre terrestre se impuseram

Vigorosas estátuas a erguerem-se das profundezas

E a fazerem-se barreiras naturais à natureza do mar

Todos os dias, que ele não escolhe os dias

E às ondas e às vagas e vagalhões que não se quedam

Por nada nem por ninguém

Essas estruturas que um dia hão-de derrubar

Pacientemente, na persistência dos dias

Daqueles que não escolhem

Da soma de quantos lhes enfraquecem as defesas e nessas se introduzem como o cancro que corrói ou a ferrugem que desgasta e destrói

Que o mar não se faz rogado

Apresenta-se sem rodeios e sem rodeios faz-se convidado

Aqui, ali, em todo o lado

Porque é o mar e o mar não se queda

Por nada nem por ninguém