Feliz assim
Quem me são as pessoas senão bichos
Gente que não me entende e eu a eles, todos
Não falo, não ouço, não os sinto e eles a mim
Sou-lhes alheio e eles a mim
Não lhes invejo nada, não os olho, nem nos olhos
O meu refúgio é longe de toda a gente, das pessoas que julgam que julgam e que se pavoneiam como se fossem gente
Gente indiferente, de mim diferente, seguramente
Dessa gente, de toda a gente, eu quero distância
Aquela distância que afasta o dia da noite, o breu do brilho mais ofuscante
De quantos sóis que quando nascem são só para mim
Como eu as detesto, as desprezo
As pessoas
Soubessem elas o que é ser como eu
Soubessem elas o que é viver o êxtase de se saber, como eu me sei
Não depender de nada, nem de ninguém, feliz apenas por ser assim
Feliz assim