Aqui
Ninguém liga, sequer se incomoda em querer saber
Ninguém dá importância ou reconhece valor
Ninguém atribui qualquer mérito pelo trabalho, pelo empenho e dedicação que se denota em cada construção, na forma como cada letra se sustenta na sua irmã
E a muralha ganha forma, em forma de linhas sobrepostas
Ergue-se um obstáculo quando o desejo era o oposto
(o de permitir sonhar, como não aqui
o de permitir viajar, como nunca aqui
o de permitir viver, como jamais aqui)
E a oportunidade gorada, não a minha que a perfiz
Mas a de quantos não viram mais além
Não se aventuraram adiante
Esbarrando em objecções infundadas, em visões turvas, enviesadas, em pretensões sem nexo que lhes são as maiores prisões
A viverem a sua ignorância, nela orgulhosos dela
Opostos ao que a história lhes sustenta
Que mais não entra nas suas mentes fechadas, a tudo bloqueadas, apenas leais à censura que assumem lei e lhes será destino
E depois a ignorância, a conclusão de sempre
Aquela que não engana, não mente, nunca mente, jamais mente
Aqui