Sara
Eu podia dormir, mas depois perdia-te
Eu podia fechar os olhos, mas depois não mais te via
Eu podia cerrar as pálpebras com a força de mil braços humanos, mas depois deixava de te ler
Toda a distância que eu pudesse, e bastar-me-ia querer e poderia, apenas me serviria para te perder
Para criar as lacunas de a meus olhos te ver crescer
Para ignorar a evolução que te fará gente diferente amanhã
Gente crescida e depois adulta e depois velha e depois um ser com tanta experiência que o mundo te agradecerá
E também eu quero agradecer-te
Pela experiência que também a mim me ofereceste, a cada dia ofereces
Mas pelo imensurável prazer em ver-te crescer
Em saber-te feliz, em saber-te realizada, em saber-te amada
E que esse amor nos atinja de volta e nos faça sorrir
Desejar-te mais e mais a cada novo par de 12 horas que em ti se perfazem e te farão mulher um dia
Eu podia dormir agora, mas isso seria perder-te
E eu quero ver-te
Eu quero sentir-te e amar-te como se tu fosses o meu mundo, o único
Olhar-te nos olhos e compreender-te, hoje, todos os dias
Por isso vou manter-me atento ao que és e ao impossível que poderei para que sejas
Feliz, aquela felicidade de quem é amado como mais ninguém o foi
Serei eu
Bem desperto, a olhar-te cada um e todos os teus graciosos movimentos
Hoje, todos os dias, até ao fim dos meus dias e para lá deles
Eternizada que serás no meu coração