Ontem comovi-me.
Olhei quantas crianças, pequenos que serão o nosso amanhã e vê-los na sua ainda inocência, comoveu-me.
E só de pensar que um dia, por culpa de tudo, serão como tantos, hoje já adultos.
E o fim da inocência, que se anuncia e me entristece, pois quem me dera assim ficassem para sempre e eu como eles.
Que receios hoje os atemorizam? Que anseios? Com que se preocupam, de que se perfazem as suas vidas?
Olhá-los ali, uns compenetrados das suas funções, outros apreensivos e quase todos intrigados com o como e porquê, fez-me pensar no que estamos com eles a fazer.
Pobres pequenos, a servirem-nos de repasto à vista numa festa que devia ser para eles e nunca deles.
Para nosso deleite, prazer adulto e racional, apenas no emocional que toca aos nossos descendentes.
E todos num único objectivo: o de fazer deste, um Natal inesquecível.
Sejam crianças e sejam-nos tudo o que nós, adultos, esquecemos de ser.
Neste Natal, em todos os futuros.