“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do género humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.”
John Donne in "Devotions Upon Emergent Occasions - Meditation XVII" Vol. III
Talvez nenhum homem seja, de facto, uma ilha. Mas facto é que existem ilhas que se perfazem parte de todos os homens. Esses blocos, parte razão, parte emoção, que mesmo não recordando o momento da sua génese, sabem-se sim por todo envolvidos pelo profundo abraço do (a)mar eterno.
“Quem se recorda de haver nascido? Que homem ou povo se recorda? Este esquecimento indefine o começo da nossa existência, quimérico e ilusório, como o seu fim. O berço e o túmulo não são para os olhos de quem neles está deitado.”
Teixeira de Pascoaes, excerto de “São Jerónimo e a Trovoada”