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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Falsas mentiras

por migalhas, em 01.04.08
E as crianças?
As que morrem à mingua, de alimento, de água, das mais elementares condições capazes de lhes proporcionarem a esperança que desconhecem?
E o crescente número de refugiados, vítimas inocentes de conflitos armados?
E a propagação contínua de actos de racismo e de intolerância pelo pensar e agir alheios?
E a ausência de civismo, de respeito, de educação?
E a miséria, a pobreza, a degradação, de quantos se vêem cair num abismo que lhes impossibilita uma vida minimamente condigna?
E o continuado abuso de crianças inocentes, mais e mais vítimas brutais da bestialidade humana?
E o constante desrespeito pela aplicação dos mais básicos direitos humanos, que tanto se apregoam mas quase sempre em vão?
E isto e muito mais que grassa por este mundo já quase imune a tudo isto e muito mais, pois que tudo isto e muito mais coisas comuns, coisas por demais banais?
É mentira, são mentiras, estas e todas elas e mais um incontável número?
Serão apenas e só invenções da cabeça criativa de quem hoje (e só hoje) se lembrou de que poderiam ser remota possibilidade?
Que volvidas as 24 horas deste dia, pura e simplesmente desapareceriam, como que por artes mágicas?
Que volvidas as 24 horas deste dia, tudo regressaria a uma realidade que outra, essa a ideal, em que cada um desses cenários, quase impossíveis de imaginar (senão na cabeça criativa de quem os imaginou), não passariam apenas disso mesmo, de longínquos cenários hoje, e só hoje, imaginados?
Qual ilusão, quanta imensa desilusão, sabê-las afinal falsas mentiras, toda e cada uma, realidade nua e crua, aquela que nos enlaça, se nos gruda, terrenos pantanosos que nos travam o passo, de tal forma a injustiça ganha forma em forma do ar que se respira, a cada hora, a cada dia.
Antes fosse, apenas brincadeira por um dia, coisa ficcionada, que no final destas 24 horas se transformasse, como que por magia, quiçá numa deliciosa melancia.
Que de entre tanta mentira, hoje a ganhar consistência, tudo isto e muito mais vivesse a mais fugaz brevidade, tal a sensibilidade e delicadeza que não lhe permitisse a veleidade de nem mais um dia, o seguinte, aquele que se avista já ali, ao virar da aurora.