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TUDO É ILUSÃO, DESDE O QUE PENSAMOS QUE PODEMOS AO QUE JULGAMOS QUE TEMOS.

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Como não existe outro

por migalhas, em 31.10.07

És aquele

Fonte de vida, da minha vida

Deste-te continuidade, assim me fizeste

Cuidaste do que haveria de ser

Na tua mente, à tua imagem, mas sem nada forçar

Com a naturalidade de quem apenas deseja o melhor

Cresci sob a tua influência

Segui as tuas pisadas

Fiz-me homem, o homem que querias ou apenas aproximado

Mas tudo fiz para te merecer o respeito, sabendo-me amado

De te ver os olhos brilhar de orgulho, coração apressado no peito

Em cada passo, gesto, feito

Que sendo meu também o quero teu

Eu que me desejo tu, numa batalha que de impossível se torna mais apetecível

És modelo, foste-o ontem e serás eternamente

O meu modelo, o homem da minha vida

A pessoa mais querida

Se poucas vezes tive ocasião de to dizer, não foi por mal, muito menos por esquecimento, pois que tal é lembrança presente

Foi quem sabe por acanhamento, por estúpido acanhamento

Antes a desculpa fosse outra, de tão sem jeito

Sei, no entanto, que to digo a todo o momento

E que estas palavras de apreço, de agradecimento, de paixão sem igual

Voam leves, leva-as o vento e chegam a ti de cada vez que respiras

E mesmo não sendo tudo na tua vida, pois que a partilhas com outros que igualmente te preenchem a existência

Quero crer que também te ajudei a crescer, a completar o teu plano, a veres realizado o sonho que assim quiseste alimentado

Ter sido, continuar a sê-lo, o mais perto da imagem que um dia fizeste da tua missão, daquilo a que te propuseste

E que dessa forma tenha garantido a tua companhia

Para contigo seguir a par

Rumo aos dias que ainda nos querem

Juntos, para sempre juntos

O estranho em mim

por migalhas, em 30.10.07

Não me orgulho desta bandeira ostentar

Deste lado escuro que a toda a hora aflora

Me sufoca o ser perfeito, aparente

Submisso, feito escravo, às suas ordens

 

À tona surge, se deslumbra e banqueteia

Às minhas custas, como um duplicado errado

Que não era suposto, mas não vejo erradicado

Antes me faz indisposto, cansado e irado por sabê-lo meu fado

 

Não lhe dou luta, já não

Aceito-lhe a presença

Que vingativa se expõe

Sem espartilhos, açaime ou lei

Como quem invade e o sabe

 

Terra sangrenta, terra poeirenta

Já nada observo que seja meu

Os seus olhos são agora quem guia

Dia após dia após dia

 

Por aqui, por ali

por migalhas, em 25.10.07

Por aqui

Sem certezas, garantia de coisa alguma

Terreno lamacento

Um pântano de cidades, altos edifícios, o maior de todos sou eu

Ou quero ser

 

Por ali

Da mesma forma conteúdo dúbio

Será refúgio?

A caverna escura, escavada na rocha fria

Abrigo de morcegos, seres da noite que se põe em pleno dia

Invade o espaço, viola a fronteira alheia, abominável

Fedor pestilento, o que faz é nojento

 

Por aqui, por ali

Bifurcasse-me o espírito

Sou estátua, ser estático e rígido que não enfrenta o futuro

Esse muro de lamentações que se interpõe entre o ser e serei

O nevoeiro cerrado, de armadilhas artilhado

 

Que fazer?

Avançar ao 6º sentido?

Apenas porque instintivo, fruto genuíno sem parecer da razão?

 

A quem recorrer?

Senão a mim, ao eu feito eu neste espaço que se abre em dois e me confunde

Corpo e mente, qual deles dormente

Sou figura desfigurada, ser que se derrete à chama da incerteza

 

Quem me chama?

De onde vêm estas vozes vorazes

Vociferadas a plenos pulmões, gritos mudos, imperceptíveis

 

Comprei bilhete e nem sei para onde

Ou por onde

Por aqui?

Ou simplesmente por ali?

Tudo o resto que é tudo

por migalhas, em 24.10.07

É nas palavras que me refugio

Nesse amontoado de tanta coisa

Composição de passo terno, legado eterno

 

Avassalador Adamastor, monstro esguio, fugidio

Lago de lava, caldo em brasa

Espigão afiado que se perfaz nosso fado

 

Diz-se destino, ri-se na nossa cara, gela-nos as veias

Soma-nos máscaras às que já pesam e nos vergam

 

Porque me escondo nelas?

Nas palavras hipócritas, falsas

Prepotentes feras que vivem do cinismo acutilante e certeiro

Que rasga a eito, direito à máquina que vive presa a este peito

 

Porquê, se o sei assim?

 

Elas falam-me, dizem-me, contam-me enquanto me escondem e omitem

Coisas como a lição, a moral, não lhes reconheço

Mas rendo-me ao cenário sempre imaculado, à visão feita ilusão de jardins floridos, prados incansáveis, rosas sem espinhos, esses mesquinhos

 

Nas vertentes que, mesmo escarpadas, são nossas aliadas

E nelas me revejo

O pôr-do-sol perfeito, o ar rarefeito

Fim do dia a preceito

Tudo vislumbro deste leito

 

É isso que nas palavras encontro

Esse consolo, esse abraço sufocante

Que mesmo asfixiante é melhor que tudo o resto.

 

Tudo o resto que é tudo.

 

Mudança, mudar

por migalhas, em 23.10.07

Abstractos pensamentos

Aqueles que me colocam em trânsito, entre aqui e ali

Na recta perfeita entre dois pontos que se assumem equidistantes

O sinal manda avançar, o temor recuar

Mudança, a eterna desconhecida 

Um passo no escuro, todos e cada um de olhos vendados

Um à frente, a pensar em dois atrás, recuar

Desafiar o conformismo para despertar a contestação

Levantar a voz, erguer o tronco

Olhar de cima, ver outro mundo, possível, paralelo

Abstracto, pois que invisível, até se materializar

Suposição apenas, de expectativas repleto

O querer muito, mais que da alma, do coração

Seguir a razão, tê-la por guia, ouvir-lhe a argumentação

Abrir aquela porta, a que me irá erguer bem alto

Tão alto quanto o encantado voo do falcão

Soberbo sobre o manto azul que se pinta à sua passagem, majestosa

Delineando a recta perfeita entre dois pontos que se assumem equidistantes

Os mesmos que deveriam presidir a cada decisão

Ir daqui para ali, assim, sem receios, ou medo de falhar.

 

Vidas aparentes

por migalhas, em 22.10.07

Seguia na direcção que julgava a correcta, quando um alce prostrado bem no meio da via me fez repensar o assunto. Não sabia da existência deste género animal ali, bem no coração dos meus sonhos. Nunca me cruzara com um e esta primeira experiência deixava-se ansioso. Estaria ele ferido ou a ressacar de uma noite mal dormida? Os lagos haviam gelado totalmente e da estrada onde me encontrava agora, embasbacado e perto de gelar às mãos de um vento cínico e falho de complacência, observava o que pareciam ser pistas de patinagem, brancas, tão brancas como a neve que me acompanhava desde o início desta minha viagem. Flocos fofos soltavam-se do ar, para se irem sobre as frondosas copas dos cedros deitar. Nisto, o alce mexeu-se. Deu sinal de se estar a recompor daquilo que o afectara e ergueu-se. Lentamente, a início, e de um movimento ágil e repentino, de seguida. Sacudiu a massa branca que o cobrira até então e num toque de mágica, majestoso de novo, encontrava-se em pé, olhos nos olhos com os meus, como que a estudar-me, a tentar entender que faria eu ali, bem na sua frente.

Seguia na direcção que julgava a correcta, quando um homem, ali estático, bem na minha frente, me fez repensar o assunto. Não sabia da existência deste género animal ali, bem no coração dos meus sonhos. Nunca me cruzara com um e esta primeira experiência deixava-se ansioso.

Olhámo-nos por um período que pareceu para sempre. Nada sabíamos um do outro e nas nossas mentes estávamos apenas a tentar captar cada pensamento alheio. Sem sucesso. Foi quando o alce se prostrou por terra e eu recuei ao carro para regressar ao princípio do sono que surgira, também ele, inesperado, no meu caminho. Nem sabia que sonhara, o que sonhara ou porquê, mas sabia que os lagos haviam gelado e que o alce ali estava, prostrado, inanimado. Bem no meio da via, bem na minha frente, sem sinal  de vida aparente. Tal e qual eu me sentia, no instante em que desfaleci para a vida e senti o calor aconchegante da lareira acesa e do crepitar afável de um lume que derretia bondoso essas imagens esquecidas. Por fim, esquecidas.

Assim não!

por migalhas, em 19.10.07

Uma sexta-feira que começa com uma ida involuntária a uma clínica minha desconhecida, para fazer exames e análises que não pedi, não pode ser uma sexta-feira de sonho. Daquelas que usualmente aguardamos, ansiamos, logo desde os primeiros raios de luz da segunda que a antecede. Se bem que este facto, só por si, já fosse mais do que suficiente para que esta sexta-feira não se enquadrasse minimamente na minha concepção de sexta-feira perfeita, ou sequer perto disso, um outro, não menos perturbador, fez questão de se associar aos festejos. Falo da brutal alvorada de que fui vítima pela segunda noite consecutiva (hoje com o ganho de uma hora face à anterior), ocorrida eram apenas 5h30 da madrugada! Sem prévio aviso ou indício mínimo que minorasse o seu efeito devastador, este despertar alucinante teve por veículo o incessante, crescente, irritante, desesperante, angustiante e todo o tipo de …ante imaginável, choro da minha preciosa filha, a braços com mais uma crise de dentes. Enfim, quem tem filhos…

Mas voltando à clínica, salvo seja, admito ter ficado bem impressionado com a simpatia e profissionalismo da equipa médica presente (na sua íntegra feminina) e só me posso queixar mesmo do dinheiro gasto no parquímetro e da litrada de sangue que me foi ostensiva e barbaramente subtraída (será que vou poder reavê-lo mais tarde?), com alguma relutância minha, diga-se. Ao pé disto, mijar para aquele copinho mínimo sem pingar os dedos, foi coisa de meninos. De resto, fiquei a saber que tenho um excelente olho direito (se bem que o esquerdo é da mesma idade), que devo tratar com urgência esta constipação que soma já 15 dias seguidos (prevenindo que alastre e se torne em algo pior) e que peso à volta de 58 quilos (daqui não vem qualquer novidade ao mundo).

Foi uma manhã diferente, ao menos isso. Vi, enquanto esperava por cada nova leva de exames, as notícias, o trânsito e o princípio do programa televisivo do Goucha, o que me pôs a pensar na razão por que as pessoas ali presentes gritam, berram, tudo aplaudem e riem, riem incessantemente de coisas sem a mínima piada. Se calhar é por que não vejo aquilo com regularidade, senão entendia. Digo eu.

Mas passou-se o tempo. E ainda bem, porque detesto ir a consultórios, sejam eles quais forem, seja por que razão for. Ainda assim, antes consultórios que hospitais. Aí é que a coisa fia mais fina, com todo aquele típico e agoniante aroma a éter a ocupar cada cm2 de ar respirável e todo o aparato de batas brancas e instrumentos de tortura por ali espalhados.

Enfim, fica o desabafo, mas, mais do que isso, o enorme desejo, vontade, querer, que uma sexta destas tão depressa não volte a acontecer. Sob risco sério de passar a adorar as segundas!

Hold still

por migalhas, em 18.10.07

Se o mundo parasse.

Ali permanecesse, estático, por um momento que fosse.

E nesse instante apenas para mim se voltasse e me explicasse.

Me dissesse, me confessasse que o movimento que diariamente executa também mexe comigo.

Seja aqui, seja onde me encontrar, que é ele que me leva a protagonizar para além do banal, do rotineiro pára arranca que mói, mói, desgasta, consome e quase sempre dá em nada.

Queria parar, ficar quedo, imóvel como a estátua que todos os dias me vê, observa os meus passos já indiferentes e em troca me sorri de escárnio. Pois ela dali não sai e sou eu (e tu e tu e mais tu e todos…) quem segue para todo o lado, embora nunca chegue a sítio algum.

Por ela passo, todos os dias, mas é ela, imóvel, quem ri por último. Que de todos troça, dos que se movem, mas que não imaginam como ou porque o fazem. Dali ela sabe que é nosso destino o mesmo acto, mundano, ensaiado a cada nova aurora, aquele que nos há-de levar a insanos, nós, os humanos.

Como baratas tontas, num rodopio sem nexo, um filme, uma mesma cena, apenas aquela, constantemente rebobinada, revivida, passada em retrospectiva, repetida e repetida, a cada dia. Sempre igual, banal, solitária, um ou outro pormenor que se desvia da sua rota comum, mas na sua essência assim. Um sempre permanente.

Um acordar sem novidades, faça sol ou chova copiosamente, que se perfaz e materializa como quem sabe que tem de vestir uma camisa, abotoar cada botão, lavar o rosto, comer apressadamente uma sandes, tudo para continuar o que não tem sequer continuação.

A eterna ânsia por bem fazer, dar o nosso melhor, mas com que fim? Está tudo tão longe, confuso, difuso. Há algo lá fora que nos mereça este intento?

Um labirinto, é onde me movo. E da saída não tenho noção, nem plano de como tentá-la.

Deixo-me guiar, moribundo e sem forças, sei que nada e tudo são apenas conceitos, e já nada me conforta.

Para quando a sentença final deste julgamento que nos tem a todos por arguidos.

Não sei que seja, nem tão pouco se o posso ser, se mo permitem. Só sei que me movo, já não sou eu, é-me imposto, mecânico.

Só queria parar. E que o mundo parasse em retorno. Que apenas para mim se voltasse e me explicasse, me confessasse, que o movimento que diariamente executa também mexe comigo.

 

 

Demasiado real

por migalhas, em 16.10.07

Aparecia ali, noites sem conta.

Dava por si, no momento em que o frio da água lhe cumprimentava os pés nus.

Era noite, mas instantes antes caminhava pela areia branca e fina como farinha, sob um abrasador e altivo sol que era elemento único a destoar no céu apenas de azul pintado.

A praia era sempre a mesma. O encadeado de acções também. Apenas desconhecia como e porquê ali se encontrava a cada novo dia.

Obviamente entusiasmado pelo radioso dia e pela extensão de areia branca e fina a perder de vista, caminhava decidido, confiante, praia fora ao encontro de um mar que retocava feliz aquele quadro que ali se compunha para si.

Andava, nem sabia quanto andava, sorria, sabia que sorria, a felicidade estampada no seu rosto a cada novo passo, e o mar que demorava a alcançar.

Subitamente, vinda de lado algum, de origem que desconhecia, uma neblina pesada, um denso nevoeiro, tudo arrebatava, tudo fazia sumir, tudo engolia à sua passagem.

Parava, então parava. Não voluntariamente, mas quase em resposta imediata ao temor que subia de tom a cada segundo que voava breve.

Um frio indescritível toldava-lhe qualquer veleidade em prosseguir. E era então que se sentia realmente, naquele momento em que o frio da água que tanto procurara, agora lhe cumprimentava os pés nus.

Pouco vislumbrava naquele cenário cinzento e pesado, mas o pouco que via dava para entender que a maré subira sem aviso prévio. Chegara-se a si e jogava agora a sua vida para o tabuleiro das possibilidades.

E só quando a noite sucedia ao manto espesso, com a mesma rapidez com que este surgira, é que se apercebia da sua real e aflitiva situação.

Como ali fora parar, não sabia contar. Como tudo se precipitara rumo àquele desenlace, igualmente. Sabia apenas que habitava o único pedaço de areia branca e fina ainda não totalmente consumido pela fria, mas curiosamente límpida, água, e que por todos os lados esta se instalara, provocante, profunda, a mostrar por que era força da natureza.

Então, liberto das correntes de ilusão que o haviam mantido a saborear o quanto impotente se mostrava, correu veloz, nadou, gritou gritos, uns mudos outros não, e viveu-se impotente de facto, numa realidade de que não despertava, por mais que quisesse. E queria por demais.

Tentou recuar por onde julgava ter-se aventurado, então feliz, então despreocupado, mas nem por aí. Por lado algum se adivinhava a solução, a saída daquele cenário que era tudo e mais confusão.

Já nem a pequena ilha lhe servia de consolo, de mão amiga que lhe garantisse guarida. Dos joelhos à cintura, pelo peito, pescoço à vista, a previsão do sufoco, do ar a esvair-se, fugidio. O pânico a chegar-se, a ganhar força e a pesar para baixo, a debater-se e a sagrar-se vencedor. E sem nada a fazer.

Apenas assistir e ver morrer, olhos bem abertos, expostos ao maior terror, sem nada poder fazer para evitar, pela sobrevivência poder lutar. Nada. Apenas desfalecer, no instante em que depôs as armas, impotente, sabendo que deu o que tinha e ainda assim não foi suficiente. Pulmões violados, já nada pela frente senão a morte, para lá de eminente, estado já presente. Esgota-se o ar, as forças, a réstia de vida que o mantinha. E sereno, por fim sereno, liberta-se das amarras e deixa-se ir ao sabor de quem o quer tanto levar.

Em paz com o ambiente

por migalhas, em 15.10.07

Escrevo hoje, mas remonta à passada sexta-feira aquilo que considero ter sido uma importante vitória das causas ambientais. Falo, como muitos já terão adivinhado, dos galardoados com o Nobel da Paz para 2007. Da paz? Sim, da paz. Da paz obviamente necessária, fundamental mesmo, para que se dê resposta eficaz às muitas e prementes preocupações, cada vez mais fundamentadas, sobre o estado actual do ambiente a nível global. Ao receber este prémio, juntamente com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC), Al Gore terá aberto um precedente no que diz respeito ao próprio termo paz. Com este feito, penso sinceramente que, de hoje em diante, paz e ambiente estarão definitivamente destinados a viver lado a lado, indissociáveis, como na realidade, e pela lógica, o são, efectivamente. Só que, de hoje em diante, reconhecidamente por todo o globo, não fosse haver agora um aval de peso que o justifique. O aval de uma instituição maior, com a devida e reconhecida credibilidade, capaz de se fazer escutar a vários níveis um pouco por todo o mundo. E isso, penso, virá fazer toda a diferença. O ambiente e as causas ambientais, mais do que o IPCC e Al Gore, é quem sai verdadeiramente vencedor da entrega destes prémios. Pois o tópico volta a ser referenciado, volta a estar na ordem do dia, nas bocas do mundo e, mais importante do que tudo isso, foi alvo de uma reflexão cuidada e atenta por parte de altos responsáveis, os mesmos que todos os anos seleccionam, elegem e, em último caso, entregam os mundialmente consagrados troféus. São pontos ganhos para esta nobre causa, são novos apelos que se prevêem, são mais e mais vozes que se juntam às que já se fazem ouvir. Penso mesmo que independentemente de se ter feito justiça nesta atribuição, do merecimento que muitos podem pôr em causa em relação ao nome de Al Gore, uma coisa foi um claro recado para o mundo: que existem pessoas nas mais altas esferas realmente preocupadas com as mudanças climáticas provocadas pelo Homem e que estão assim a contribuir de forma clara e inequívoca para uma adopção de medidas necessárias para a luta contra essas mesmas alterações. Se dúvidas houvesse, eles andam, de facto, por aí.

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